Ciência
16/01/2022 às 07:00•3 min de leitura
Existem muitos alimentos que frequentam nossos pratos e nossas bocas que, originalmente, não tinham a aparência a que nos acostumamos, e o mesmo vale para o gosto.
A maior responsável por essa mudança foi a domesticação humana, o processo a partir do qual nós, como sociedade, passamos a cultivar tais alimentos, gerando uma transformação de causa artificial. Descubra neste artigo como eram seis frutas e vegetais antes da ação humana.
(Fonte: Hypescience)
O milho é um legume utilizado em larga escala mundial, tanto para alimentação humana como animal. Quando seco, é considerado um cereal. Os primeiros registros de seu cultivo datam de 7,3 mil anos atrás, em ilhas próximas ao litoral do México.
Seu nome tem origem caribenha e significa "sustento da vida". Sua planta originária, o teosinte, era pequena e pouco comestível. Foram muitos anos de seleção até que encontrassem uma espécie fácil de descascar e maior do que a original. Ainda é possível encontrar algumas espécies sendo plantadas de forma ancestral na América do Sul.
(Fonte: Unsplash)
O abacate é outro integrante desta lista. Nativo do México e de algumas regiões da América do Sul, surgiu na civilização asteca no século III a.C. com o nome de ahuacatl. Tinha uma aparência completamente distinta, e o seu uso não estava tão ligado à alimentação. A semente dele ocupava cerca de 80% do espaço, sendo esmagada e misturada com fuligem para dar origem a um remédio. Aparentemente, nosso uso contemporâneo é mais interessante.
(Fonte: The Nature Collective)
Originalmente, o pepino parecia mais um cacto tamanha a quantidade de espinhos que tinha. Também predominava a presença de sementes. Para completar, não era comestível, pois era considerado tóxico.
A forma como o consumimos hoje foi desenvolvida na Índia, onde começou a ser cultivado por razões medicinais. A sua versão silvestre, ao contrário de outras presentes nesta lista, ainda é cultivada.
De origem persa, por volta do século X a cenoura era bem diferente da que consumimos atualmente. Além de sua coloração diferente, predominantemente branca e roxa, as cenouras eram finas e tinham gosto amargo.
Foi com sua domesticação na Europa que o legume passou a ficar maior e saboroso. A versão contemporânea foi definida por motivos políticos: os holandeses, conhecidos como plantadores de cenoura, conduziram o legume para a cor laranja em homenagem a Guilherme I, monarca holandês da Casa de Orange-Nassau.
(Fonte: Unsplash)
O morango, tal como o conhecemos, é resultado direto da ação do homem, já que surgiu pelo cruzamento de uma variedade do leste da América do Norte com outra trazida do Chile por um botânico francês chamado Amédée-François Frézier, em 1714. Esse cruzamento deu origem à fruta vermelha que muita gente ama.
Pesquisadores afirmam que sua versão silvestre era melhor e possivelmente mais doce, contudo era uma fruta de menor porte. O cultivo ao longo dos séculos, buscando uma fruta mais resistente a doenças, teve influência direta na mudança de seu sabor.
(Fonte: Unsplash)
O tomate em sua versão silvestre era drasticamente diferente. A primeira versão cultivada pelo homem lembrava pequenas bagas e era muito pequeno, amarelo. Comestíveis, dessa forma, ainda são encontrados no Equador e Peru.
Já a forma moderna dessa fruta perdeu um pouco do sabor das primeiras versões, ainda que muitos processos de seleção genética procurem potencializar o sabor e a suculência do tomate.
(Fonte: Mistérios do Mundo)
A domesticação desse vegetal é registrada na conta de gregos e romanos, mas pesquisadores ainda não encontraram a história do surgimento do "repolho silvestre". O que se sabe é que sua presença em hortas é antiga, provavelmente entre os egípcios. Atualmente, ainda é possível encontrá-la próximo de falésias calcárias.
Na Grécia Antiga, era considerada uma fina iguaria. O certo é que a versão moderna ganhou versatilidade na gastronomia, sendo parte integrante de pratos típicos, como o chucrute, na Alemanha.