Estilo de vida
22/01/2022 às 09:00•2 min de leitura
Talvez você não tenha muito conhecimento sobre a mitologia nórdica, mas é bastante provável que você já tenha ouvido falar das famosas e invencíveis guerreiras de Odin: as Valquírias. Segundo a lenda, elas eram guerreiras virgens que cavalgavam no lombo de cavalos, javalis ou lobos, armadas com lanças e usando elmos com a missão de proteger Odin — chefe supremo do reino de Asgard, onde habitam os deuses nórdicos.
A palavra "valquíria" significa “escolher os mortos”. Isso porque uma das responsabilidades dessas entidades era percorrer os campos de batalha para escolher os melhores guerreiros mortos. Os escolhidos eram levados para Valhalla, o “Palácio dos mortos heroicos”, onde entravam para o exército de Odin e participavam de treinamentos e exercícios de luta. Dessa forma, esse grande deus nórdico teria os melhores aliados em sua tropa, preparando-se para a batalha do Ragnarök, o “dia do fim do mundo”.
A história é que essas mulheres teriam vivido na Terra e seriam camponesas mortais escolhidas por Odin para se tornarem semideusas. Conta-se que, no total, havia de 6 a 13 Valquírias ao lado desse deus. Quando não estavam batalhando, essas guerreiras serviam bebida e comida para Odin e os membros de sua tropa.
(Fonte: Life in Norway)
Embora não se saiba exatamente quantas eram as Valquírias, ainda temos o nome de algumas delas, pois eles estão registrados em poemas noruegueses antigos. Seus nomes costumam ser associados às funções e habilidades que elas tinham.
Alguns exemplos: a Valquíria Herfjötur se remete à capacidade de colocar grilhões em suas presas; Gunnr quer dizer guerra; Hildr quer dizer batalha; Kára significa tempestade selvagem, dentre outros nomes.
(Fonte: Slavian Tours)
A aurora boreal é um dos eventos mais bonitos registrados na natureza. Ela é um fenômeno ótico composto de luzes brilhantes que ocorre no céu noturno em certas localidades próximo ao Círculo Polar Ártico da Terra, como a Islândia, a Noruega e a Groenlândia.
A mitologia nórdica acredita que o brilho deslumbrante desse fenômeno natural seria o reflexo das cavalgadas das Valquírias. As luzes da aurora boreal, então, seriam os escudos das guerreiras e representam o espírito delas.
(Fonte: Legião dos Heróis)
Por conta de sua presença forte nessa mitologia, as Valquírias se tornaram também figuras conhecidas na cultura pop e erudita, sendo imortalizadas na ópera As Valquírias (1851), de Richard Wagner. A música “A Cavalgada das Valquírias”, componente da ópera, ficou muito popular por ter sido usada muitas vezes em obras cinematográficas. Na própria mitologia nórdica, elas aparecem em Edda em verso ou Edda poética, uma coleção de poemas em nórdico antigo que registram as lendas.
Em 2008, Tom Cruise estrelou um filme de guerra chamado Operação Valquíria, que era o nome dado a um plano alemão criado durante a Segunda Guerra Mundial com o propósito de manter o país funcionando no caso de uma invasão.
Nos games, elas estão no jogo God of war, em que o desafio do jogador é derrotar 8 delas, além da Rainha Valquíria, em uma missão que gera um bônus importante no jogo. O curioso é que as Valquírias, dentro de God of war, são guerreiras do “mal” — mas, na verdade, as almas delas estão aprisionadas e, durante o jogo, você as “liberta” para que sigam suas missões.
No universo da Marvel, a personagem chamada Valquíria aparece no filme Thor: Ragnarok (2017) e foi interpretada pela atriz Tessa Thompson, que, posteriormente, também viveu essa personagem em Vingadores: Ultimato, de 2019. Um elemento importante é que, embora as Valquírias costumem ser representadas como mulheres loiras, nesses filmes ela é vivida por uma atriz negra.