Como o navio do naufrágio mais profundo da história foi encontrado?

30/01/2022 às 13:002 min de leitura

Naufrágios costumam despertar a curiosidade de arqueólogos marítimos, pesquisadores e de pessoas comuns. Afinal, todos querem saber o que aconteceu e que segredos podem estar escondidos no fundo do mar. Um dos mais famosos da história, o USS Johnston, foi descoberto em 2019 pelo navio de pesquisa RV Petrel, liderado pelo especialista em naufrágios Robert Kraft. Os destroços foram encontrados a uma profundidade de 6.220 metros. A título de comparação, o Titanic está a 3,8 mil metros de profundidade.

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Imagens do USS Johnston tiradas pelo RV Petrel. (Fonte: Screengrab/RV Petrel)Imagens do USS Johnston tiradas pelo RV Petrel. (Fonte: Screengrab/RV Petrel)

O navio foi registrado pela primeira vez por meio de uma varredura que combinou o uso de um sonar de um veículo submarino autônomo e imagens obtidas por um ROV (veículo operado remotamente) nas proximidades da ilha de Samar, nas Filipinas.

O conflito naval

O USS Johnston, um destróier da classe Fletcher, foi afundado pela marinha do Japão em 25 de outubro de 1944, durante a Batalha de Samar. Essa foi uma das quatro batalhas que fizeram parte da Grande Batalha do Golfo de Leyte, um dos maiores e mais violentos conflitos navais já registrados.

De acordo com dados oficiais, entre os 327 tripulantes que compunham a frota estadunidense, somente 141 sobreviveram. O USS Johnston media 115 metros de comprimento, mas não resistiu ao ataque do Yamato, o maior encouraçado de todos os tempos, pertencente à Marinha Imperial do Japão.

O USS Johnston foi afundado durante a Segunda Guerra Mundial. (Fonte: Marinha dos EUA)O USS Johnston foi afundado durante a Segunda Guerra Mundial. (Fonte: Marinha dos EUA)

Apesar de ter sido localizado em 2019, próximo a um penhasco submarino, pelo RV Petrel, a confirmação de que os destroços eram mesmo do USS Johnston só foi feita em 2021.

A missão de identificação ficou a cargo do explorador estadunidense Victor Vescovo e da sua empresa, a Caladan Oceanic. Vescovo e sua equipe realizaram vários mergulhos no final de março de 2021 para pesquisar e filmar o naufrágio da Segunda Guerra Mundial pela primeira vez, permitindo que fosse possível fazer sua verificação.

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USS Johnston foi filmado pela primeira vez pela equipe de Vescovo. (Fonte: Victor Vescovo/Caladan Oceanic)USS Johnston foi filmado pela primeira vez pela equipe de Vescovo. (Fonte: Victor Vescovo/Caladan Oceanic)

Para a missão foi usado o DSV Limiting Factor, que é a única embarcação do mundo ocupada por humanos que pode visitar qualquer lugar em nossos oceanos, em qualquer profundidade, graças ao seu casco de titânio e tecnologia de ponta. Com a verificação in loco, a equipe expedicionária confirmou a procedência dos destroços.

Victor Vescovo (centro) e membros da equipe que filmaram o naufrágio. (Fonte: Nick Verola/Caladan Oceanic/Reprodução)Victor Vescovo (centro) e membros da equipe que filmaram o naufrágio. (Fonte: Nick Verola/Caladan Oceanic/Reprodução)

Segundo a Caladan Oceanic, encontrar esse naufrágio foi muito mais difícil que achar o RMS Titanic, pois o navio estava em águas 62% mais profundas e, além disso, era 43% menor.

Conforme o Guinness World Records, o Livro dos Recordes, até a descoberta do USS Johnston, o título do naufrágio mais profundo já registrado era do SS Rio Grande, um navio alemão cujos restos estão a 5762 metros abaixo da superfície do mar. Esse navio também afundou em 1944, a cerca de mil quilômetros do litoral nordestino.

No vídeo abaixo você poderá conferir algumas das imagens feitas do USS Johnston:

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