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18/02/2022 às 06:30•2 min de leitura
Você já deve ter notado que ouvimos falar muito mais sobre os filósofos gregos antigos do que os de qualquer outro lugar. Isso nos induz a imaginar que eles eram muitos e que até respondiam pela maior parte do pensamento filosófico.
Sem dúvidas, existiram muitos filósofos gregos, mas quando comparados ao resto do mundo e da História, eles são uma pequena parte. Mesmo que estejamos nos concentrando apenas nos tempos antigos.
Também havia filósofos indianos, chineses, latinos, egípcios e outros tantos mais antigos que não conhecemos porque seus textos e pensamentos se perderam com o passar dos séculos.
Então, o mais adequado é nos questionar por que os gregos são os mais conhecidos. Bom, não existe uma única explicação para isso. Há, sim, um conjunto de fatores que ajudaram a Grécia a se tornar tão influente no pensamento filosófico. Acompanhe!
Tales de Mileto. (Fonte: Wikipedia/Reprodução)
De Tales de Mileto, considerado o primeiro filósofo grego, aos estoicos e céticos, a filosofia grega ampliou os horizontes do pensamento ao abrir as portas para uma forma particular de pensar, fornecendo as bases para a produção intelectual e até para a estruturação da civilização ocidental, ou seja, a nossa.
Por isso, não é estranho que os filósofos gregos antigos sejam conhecidos como alguns dos maiores pensadores do mundo.
A Grécia Antiga fornecia liberdade aos seus pensadores graças à ideia de democracia que tinham. Ou seja, era possível pensar para além do senso comum.
Além disso, as cidades gregas tinham por costume investir em tecnologia, cultura e artes, sendo que até mesmo as regiões voltadas para o aspecto militar valorizavam isso. Outros povos, como os persas, focavam mais em agricultura, comércio e conquistas territoriais.
A morte de Sócrates. (Fonte: Gordon Johnson /Pixabay / Reprodução)
Após o período conhecido como Idade das Trevas Grega, que se inicia com o fim da civilização micênica e invasão dórica, em torno 1.150 a.C., e termina com a criação e ascensão das cidades-estado, por volta de 800 a.C., os gregos conseguiram desenvolver uma linguagem mais sofisticada, expressiva e complexa que outros povos da época.
Com isso, passaram a ter uma educação formal melhor desenvolvida, além de uma ampla produção literária e filosófica. Sendo assim, puderam difundir esses aspectos para uma quantidade maior de pessoas, tanto localmente, quanto fora de lá.
Platão. (Fonte: Netmundi/Reprodução)
As cidades-estados gregas não competiam entre si apenas no campo de batalha. A rivalidade também envolvia a cultura e arte. Basta observar que até a militar Esparta tinha certa preocupação com esses pontos.
Além disso, não podemos nos esquecer que em torno de muitos filósofos gregos, como os sofistas e estoicos, formavam-se grupos de seguidores que ajudavam a difundir ainda mais o pensamento de seus mestres, assim como escolas, a exemplo do Epicurismo e Aristotelismo.
Os estoicos, por exemplo, iniciados por Zenão no século III a.C., continuaram a transmitir fortemente seus pensamentos através do Império Romano. Sem contar que muitos líderes tiveram os gregos como mestres, por exemplo, Alexandre, o Grande, cujo preceptor foi Aristóteles.
Aristóteles. (Fonte: Toda Matéria/ Reprodução)
Claro, os latinos, de quem os romanos surgiram, também eram adeptos e incentivadores das artes, filosofia e cultura em geral. Mas você pode se perguntar porque não se fala tanto em pensadores romanos tanto quanto os gregos.
Sobre isso, é interessante observar que o foco dos romanos estava mais no consumo do que na produção. Amavam a Grécia a ponto de adotarem parte de sua cultura. Estudavam a fundo os filósofos gregos, preservando e até transmitindo suas ideias, mas raramente acrescentavam algo as suas obras.
Roma estava mais preocupada em expansão territorial e ter uma logística eficiente para alimentar seus milhares de soldados, enquanto dominava províncias e aumentava o império. Nisso, sim, os romanos se destacaram e se tornaram tão conhecidos quanto os filósofos gregos.