Ciência
07/04/2022 às 08:00•3 min de leitura
A pirataria foi muito comum em regiões como a Europa, o sudeste da Ásia e a América do Norte. Mas esquece essa imagem criada pela literatura ou pelo cinema em filmes como Piratas do Caribe.
Os piratas, cuja palavra tem origem no latim e significa "ladrão do mar", têm uma história rica e que passa ao largo dessa imagem estereotipada que a ficção eternizou. Eram civilizados, respeitavam hierarquia, questionavam o capitalismo e até desafiavam as normais sexuais impostas.
Para você aprender mais a respeito deles, confira esses 6 fatos que vão desmistificar a imagem que você possa ter a respeito deles.
(Fonte: Pixabay)
Existem termos associados à pirataria que são mitos. Um deles, muito tradicional de ser ouvido quando encontramos alguém fantasiado de pirata, é "Arrr!". Muitas concepções que fazemos sobre eles têm ligação com o imaginário criado por Robert Louis Stevenson no livro A Ilha do Tesouro, de 1883.
Historiadores acreditam que chavões tenham sido popularizados com a versão cinematográfica do livro, filmada em 1950. No longa, o ator inglês Robert Newton, além de um sotaque diferente, usava o termo "Arrr!" com frequência em suas falas.
(Fonte: Pixabay)
O cinema popularizou a imagem que temos dos piratas no que diz respeito às suas vestimentas e ao seu perfil. Porém, diferente do que foi perpetuado, você encontraria um pirata muito mais próximo da faixa dos 20 anos do que no fim da vida.
Com a falta de oportunidades e crises econômicas que solapavam pequenos comerciantes, muitos homens jovens optaram por tentar a sorte na pirataria. Diferente de homens mais velhos, os jovens raramente possuíam ligações familiares sólidas, como esposa e filhos. Um estudo recente mostrou que apenas 4% dos piratas do século XVIII eram casados.
(Fonte: Pixabay)
O Barba Negra foi o maior pirata da história, assim como seu barco. Talvez por isso tenhamos na mente a imagem de que todos os barcos utilizados em pirataria seriam grandes e imponentes como aquele mostrado em quadros e gravuras.
Na realidade, a maioria dos navios utilizados eram bem pequenos, e há uma explicação bastante lógica para que fossem assim. Navios menores possuíam mais rapidez e agilidade, tornando mais fácil que se aproximassem de águas rasas para realizar seus negócios.
(Fonte: Reprodução/Mondly)
Outro mito que precisa ser derrubado é sobre piratas usando tapa-olhos para cobrir um buraco ocular. Bem, não é que tampões não existissem, mas a imagem de que a muitos piratas lhe faltavam os olhos é imprecisa.
A hipótese mais aceita entre historiadores aponta que o uso de tapa-olhos estava ligado com a adequação à luminosidade em diferentes pontos do navio. Como os olhos demoram a se adequar a grandes mudanças de luz, um pirata podia optar por cobrir um deles de modo que sempre um estivesse propício ao uso conforme exigisse a luminosidade no local.
(Fonte: Reprodução/Monmouth Timeline)
Essa ideia romântica da pirataria ser contra tudo e contra todos também não encontra base histórica. Isso porque a pirataria era muito apoiada pelo establishment da sociedade.
Grandes comerciantes e demais homens ricos das altas classes incentivavam tumultos e impulsionavam piratas como forma de contestar a autoridade da coroa.
Pesquisadores já mostraram que os principais apoiadores e mecenas dos piratas foram as mais altas classes, governadores locais (no caso de colônias) e comerciantes.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Você ainda pode encontrar um pirata por aí. Claro, nada parecido com o que era em séculos passados, mas a pirataria moderna percorre muitas regiões do mundo, como Golfo da Guiné, Estreito de Malaca e Oceano Índico.
Os piratas contemporâneos não saqueiam navios como anteriormente, hoje eles os sequestram e solicitam resgate para os países de origem - em boa parte dos casos, o interesse é quase nulo nas mercadorias que transportam.
Dados do The Economist indicam que valores solicitados giram a casa dos milhões de dólares, representando um grave problema para a navegação internacional.