Como uma cena de 'Cantando na Chuva' quase custou a vida de um ator

08/06/2022 às 02:003 min de leitura

Existe um motivo pelo qual o filme musical Cantando na Chuva foi um sucesso. Ele se tornou a maior realização artística em todos os níveis possíveis de produção cinematográfica em estúdio da história do século passado, em que cada fase foi controlada por especialistas experientes que ajudaram a revolucionar a indústria.

E muito diferente do que muitas pessoas pensam, o filme não vive apenas por sua estrela principal, o notório Gene Kelly, responsável por eternizar seu papel de Don Lockwood ao cantar sob uma torrente de água misturada com leite que se tornou o pináculo mais alto da Hollywood da década de 1952, quando foi lançado.

Mas ao lado de Kelly, havia também Debbie Reynolds, como Kathy Selden, e o glorioso Donald O’Connor, como Cosmo Brown, ganhador de um Globo de Ouro de Melhor Ator em Filme Musical ou Comédia por sua atuação no longa.

Poucas pessoas sabem que para atingir esse nível de perfeição em desempenho em Cantando Na Chuva, O’Connor quase morreu durante as gravações.

Um homem brilhante

Donald O'Connor. (Fonte: Vintage Everyday/Reprodução)Donald O'Connor. (Fonte: Vintage Everyday/Reprodução)

Nascido em 28 de agosto de 1925, em Chicago, em uma família de artistas de vaudeville, O’Connor aprendeu a arte da dança e do canto desde a mais tenra idade. Ainda que pertencesse a uma trupe exibicionista que atravessava os Estados Unidos mostrando o talento em família com todos os tipos de números, as habilidades cênicas do jovem transcendiam qualquer aprendizado. Ele aprendeu a fazer coisas que nem mesmo seu pai, John Edward O’Connor, sabia fazer.

Ou seja, O’Connor havia nascido para o estrelato, e percorreu esse caminho até alcançar o posto mais alto na indústria. Até lá, porém, ele sofreu muito por nunca ter colocado os pés em uma escola de dança ou passado por um treinamento formal para fazer tudo o que sabia.

Ao entrar para o ramo cinematográfico, em 1937, aos 11 anos, onde fez sua estreia em Melody for Two, O’Connor simplesmente não era capaz de absorver nenhum tipo de coreografia, e se considerou um amador e sem capacidade em contraste com dançarinos que praticamente nasceram em companhias de danças para chegar onde estavam.

(Fonte: TV Tropes/Reprodução)(Fonte: TV Tropes/Reprodução)

Foi então que ele percebeu que dançar em família e profissionalmente eram realidades completamente diferentes. Sendo assim, a partir dos 15 anos, ele realmente começou a aprender a dançar da maneira que deveria.

Aos 27 anos, quando foi escalado para estrelar ao lado de Kelly em Cantando na Chuva, O’Connor já era uma estrela em ascensão, mas não fazia ideia de para onde aquele filme o levaria quando aceitou fazer parte do projeto.

Desafiando a própria vida

(Fonte: The Kid Should See This/Reprodução)(Fonte: The Kid Should See This/Reprodução)

Foi na cena "Faça Rir" (Make ‘Em Laugh) do filme que O’Connor mostrou todas as suas habilidades em canto e dança, culminando em uma performance solo tão soberba que garantiu seu prêmio como Melhor Ator.

Toda a sequência com uma rotina de dança que exigia muita fluidez, precisão e notas bem encaixadas foi capturada em um take, sem cortes para preservar a qualidade do número.

Como resultado, O’Connor teve que ser hospitalizado por 3 dias para se recuperar devido ao nível de estresse causado em seu corpo. No entanto, o que contribui para isso foi uma falha da câmera que não estava devidamente preparada, forçando o ator a executar o número novamente após uma apresentação impecável.

Um dos diretores de Cantando na Chuva, Kelly indagou o homem se ele conseguiria refazer o número com tamanha perfeição no dia seguinte, O’Connor disse que sim, ainda que sem saber o que aquilo o causaria.

(Fonte: Youtube/Reprodução)(Fonte: Youtube/Reprodução)

Outro fator que contribuiu para o exaurimento físico de O’Connor, é que naquela época, ele fumava até quatro maços de cigarro por dia, o que foi quase um assassinato desempenhar o longo número mais de uma vez, além dos ensaios intensos. Os pulmões dele não eram adequados para tamanha resistência que a cena exigia.

Até sua morte, em 2003, ele também não sabia como havia sido capaz de fazer a cena mais de uma vez sem que isso lhe custasse sua saúde física. Mas tudo valeu a pena no final das contas, porque o número se tornou uma das sequências de dança mais emblemáticas da história do cinema musical, referência para correógrafos e diretores que vieram depois dele.

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