Ciência
11/07/2022 às 06:00•4 min de leitura
O novo filme do diretor Baz Luhrmann, Elvis, com o ator Austin Butler como o cantor homônimo, e que estreia em julho deste ano no Brasil, deixou claro que o público continua fascinado pelo artista.
O longa-metragem leva às telonas a história dramatizada da ascensão e queda do cantor a partir de um ponto de vista pouco conhecido: a de seu empresário, o coronel Tom Parker (Tom Hanks).
(Fonte: fietzfotos/ Pixabay/ Reprodução)
Nos próximos parágrafos, você vai conhecer um pouco da carreira e dos impactos causados pelo Elvis artista na música e na cultura.
Elvis Aron Presley, o rei do rock 'n' roll, nasceu em uma casa simples na cidade de East Tupelo, Mississippi, em 8 de janeiro de 1935.
Embora fosse uma criança muito tímida, apresentou-se para uma plateia pela primeira vez em um concurso local de canto quando tinha apenas 10 anos, influenciado pela cultura gospel e pelo coral de canto da igreja evangélica da família.
Em 1948, os Presleys se mudaram para Memphis, Tennessee.
(Fonte: pasja1000/ Pixabay/ Reprodução)
Já adolescente, Elvis passou a frequentar a famosa Beale Street, na época um centro importante da cena musical da cidade. Por ali conheceu estilos e sons feitos por negros e brancos, tanto da cidade quanto do campo, especialmente o rhythm and blues.
Foi também em Memphis que o jovem Elvis começou a experimentar a moda e a trabalhar sua aparência, incluindo seu tão característico e estilizado penteado em forma de topete.
Embora seja conhecido como o rei do rock, Elvis não foi o primeiro a cantar o estilo, muito menos a inventá-lo. No entanto, sua versão do estilo ajudou a torná-lo amplamente popular por volta da década de 1950. Graças a ele, o rock 'n' roll se espalhou pelo país, conquistando especialmente os adolescentes.
(Fonte: CapitalDudes/Pixabay/ Reprodução)
E como era de se esperar, sua influência na cultura jovem não foi pouca. No decorrer da década de 1950, os adolescentes dos EUA começaram a se considerar e a pensar de forma um pouco diferente de seus pais.
Como havia uma relativa prosperidade econômica nesse período, parte desses jovens dispunha de alguma renda para gastar consigo mesmos em vez de ajudar em casa. Nesse cenário, ninguém melhor para se inspirar do que em Elvis Presley.
A carreira de Elvis é uma das mais impactantes e notáveis da indústria da música de todos os tempos, afinal, ele se tornou um dos cantores mais populares da história musical mundial. Nos EUA, emplacou 18 singles no primeiro lugar e vários outros costumavam estar presentes no top 100.
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Ainda em vida, teve 9 álbuns no primeiro lugar das paradas. E mesmo após sua morte, em 16 de agosto de 1977, sua popularidade lhe garantiu mais um álbum no número 1 nas paradas. Isso aconteceu quase 30 anos depois, em 2002.
Atualmente, ele ocupa o quinto lugar entre os artistas com mais singles na Billboard 100, embora tenha passado 40 anos sem lançar nada de novo.
Duas coisas foram fundamentais para a ascensão meteórica de Elvis: a música negra e seus quadris. O cantor não era somente fã de grandes ícones do blues, como BB King e Arthur “Big Boy Crudup", como queria levar esse estilo para seu público. E ele conseguiu.
B.B. King (Fonte: Eric Draper/ Wikipedia/ Reprodução)
Seu primeiro single foi um cover da música "That's All Right", de Crudup. Essa influência da música negra também passou a fazer parte de várias de suas músicas originais, escritas com as bases do blues em mente.
Isso foi um problema devido às complexas questões raciais dos EUA naquela época. Os DJs negros não gostavam de reproduzir a música de Elvis porque ele era branco e quando algum decidia tocar, as pessoas imaginavam que ele era negro. Ou seja, estavam popularizando um cantor branco que fazia sucesso com a música negra.
Aliás, uma discussão ainda mais sensível persiste até hoje, pois há quem diga que, por ele ter feito tanto sucesso com o estilo musical criado por negros, os negros da época foram jogados ainda mais para fora da cena musical.
Além disso, sua intensidade no palco e seus movimentos pélvicos que faziam as moças desmaiarem nos shows foi considerado por muita gente como obscenos e sexuais demais para a época. Os canais de televisão lidaram com isso filmando Elvis apenas da cintura para cima.
Em 1997, June Juanico, com quem Presley namorou entre 1955 e 1956, publicou o livro Elvis: In The Twilight of Memory. De acordo com um trecho da publicação, um juiz da Flórida até quis prender o cantor em 1956 pelos seus “movimentos de dança indecentes”.
De acordo com o Don’t Let This Flop, podcast da revista Rolling Stone nos EUA, o novo filme de Elvis, ao contrário do longa Bohemian Rhapsody (2018), que ajudou o público da geração TikTok a descobrir positivamente o Queen e a vida de Freddie Mercury como um dos maiores cantores de todos os tempos, a produção de Luhrmann está causando um efeito oposto em algumas pessoas.
(Fonte: No-Longer-Here/ Pixabay/ Reprodução)
No TikTok, por exemplo, o que não faltam são vídeos com reações negativas devido às escorregadas e polêmicas envolvendo Elvis e relembradas graças ao filme.
Desde indicações de apropriação cultural em relação a músicas e dança negra, passando por acusações de racismo até a prática de pedofilia, devido ao seu relacionamento com Priscilla, a menina de apenas 14 anos que ele conheceu quando tinha 24 e se tornou sua esposa.
Falar sobre Elvis é sempre complicado. De um lado tem o Elvis pessoa, com suas falhas e problemas, do outro, o Rei do Rock, cheio de rebeldia e capaz de impactar a música e a cultura de uma geração e ser referência por décadas. Como dizem seus fãs, “Elvis não morreu”.
Talvez a única coisa que possa ser comparada ao sucesso que obteve em seu tempo foi o surgimento da Beatlemania. Mas isso é outra história...