Ciência
09/11/2022 às 09:41•2 min de leitura
Gal Costa, uma das maiores cantoras brasileiras, faleceu nesta quarta-feira, dia 9 de novembro, deixando o filho Gabriel, de 17 anos, que adotou em 2007. A causa da morte, conforme informado pela assessoria de imprensa, foi um infarto fulminante.
Nascida Maria da Graça Costa Penna Burgos, Gal nasceu em Salvador, na Bahia, e tinha 77 anos recém completos. Sua vida e carreira, marcadas por uma voz cristalina e potente, serão sempre referidas como patrimônios imateriais da cultura brasileira. Neste texto, relembramos a sua história.
(Fonte: Reprodução)
A pequena Maria das Graças nasceu no dia 26 de setembro de 1945, filha de Mariah Costa Penna e Arnaldo Burgos, que faleceu aos 14 anos de Gal.
Em 1963, ela foi apresentada a Caetano Veloso por sua vizinha, Dedé Gadelha, que futuramente casaria com o cantor. Já em 1964, ela participou do show "Nós, Por Exemplo”, em Salvador, ao lado de Caetano, Gilberto Gil, Bethânia e Tom Zé. Desde cedo, seu nome já começou a chamar a atenção.
No ano seguinte, Gal se mudou para o Rio de Janeiro. Logo ela se tornou um dos nomes mais proeminentes da Tropicália, um movimento cultural de vanguarda que mesclava elementos tradicionais e modernos, buscando renovar a arte brasileira. Ela esteve do lado de grandes artistas neste movimento, incluindo tanto os nomes da MPB quanto os de artistas plásticos e cineastas.
Já em 1976, Gal Costa participou dos Doces Bárbaros, grupo formado por ela, Maria Bethânia, Caetano Veloso e Gilberto Gil, com a finalidade de fazer uma turnê pelo Brasil para celebrar os dez anos de sucesso de suas carreiras individuais.
(Fonte: David Redfern/Redferns/Reprodução)
Durante seus 57 anos de carreira, Gal Costa colecionou muitos sucessos e uma legião de fãs de sua voz, considerada uma das mais bonitas da música brasileira. Ela também foi uma das intérpretes mais inspiradas do cancioneiro nacional.
Já no primeiro disco solo, Gal Costa (1969), ela gravava músicas que se tornariam famosíssimas em sua interpretação, como Baby (do grupo Os Mutantes), Divino Maravilhoso (de Caetano e Gil) e Que Pena (de Jorge Ben).
Em 1971, no disco Fa-Tal: Gal a Todo Vapor, ela gravaria Chuva, Suor e Cerveja (de Caetano) e Pérola Negra (de Luiz Melodia). Outro sucesso estrondoso em sua voz foi Modinha para Gabriela, de Dorival Caymmi, que virou música de abertura da novela Gabriela, de 1975.
Gal e Cazuza. (Fonte: Claudia Dantas/O Globo/Reprodução)
Os sucessos não parariam de surgir. Em Gal Tropical, de 1979, gravou Balancê (de Braguinha) e Força Estranha (de Roberto Carlos). No disco Aquarela do Brasil, de 1980, gravaria músicas de Ary Barroso, como Aquarela do Brasil e Camisa Amarela.
Ao longo da década de 1980, ela colecionaria novos hits, como Festa do Interior, Meu Bem Meu Mal, Chuva de Prata e o dueto de Um Dia de Domingo com Tim Maia. Um momento de sua carreira que causou muita repercussão foi quando Gal gravou Brasil, de Cazuza e, durante um show, exibiu os seios enquanto cantava a música. Sua gravação estaria na abertura da novela Vale Tudo, de 1988.
Em 2001, Gal Costa se tornou a única cantora brasileira a ser incluída no Hall of Fame do Carnegie Hall, depois de participar do álbum 40 anos de Bossa Nova, em homenagem a Tom Jobim.