4 livros históricos encapados usando pele humana

11/02/2023 às 13:003 min de leitura

Quem gosta do universo da literatura e dos livros talvez entenda o fascínio que o objeto causa em algumas pessoas. Parte considerável da história da humanidade passa diretamente pelos livros, ao ponto de terem se tornado o desejo de indivíduos, em especial as edições raras, muitas delas encadernadas em capas luxuosas de couro.

O que nem todo mundo tem conhecimento é sobre um ramo específico destas raridades, obras cujas capas são de couro, isto é, de pele, mas pele humana. A prática de criar livros com capas em pele humana recebe o nome de bibliopegia antropodérmica.

Há poucos exemplares no mundo reconhecidos com elaboração neste método, já que os exames são complexos e os donos não costumam permitir avaliações. Afinal, seu valor poderia ser reduzido. Elaboramos uma lista com algumas obras feitas em pele humana. Confira.

1. Livro de Bolso da pele de Burke

(Fonte: Surgeons' Hall Museums/Reprodução)(Fonte: Surgeons' Hall Museums/Reprodução)

William Burke foi um médico que viveu durante o século XIX. Em sua trajetória profissional, usou muitos cadáveres para projetos de dissecação, mas entrou para a história por ter cometido, junto a seu colega William Hare, cerca de 16 assassinatos para fornecer corpos à faculdade de medicina da Universidade de Edimburgo.

Quando as suspeitas surgiram, Hare optou por denunciar o colega, que foi condenado à morte. Na sentença, o juiz determinou que Burke deveria ter o corpo dissecado e anatomizado publicamente.

A pele dele foi removida e transformada em couro, encadernando um pequeno bloco de notas, onde foi gravado, em letras douradas livro de bolso da pele de Burke. O exemplar fica exposto no Surgeons' Hall Museums, museu da faculdade onde Burke trabalhava.

2. O Livro de Horwood

(Fonte: Bristol Museums/Reprodução)(Fonte: Bristol Museums/Reprodução)

A história do Livro de Horwood mostra que a turma do século XIX tinha um senso punitivo bem macabro. John Horwood foi executado aos 18 anos, em 1821, pelo assassinato de Eliza Balsum. Eliza era uma mulher por quem Horwood tinha obsessão, a ponto de matá-la em virtude da rejeição dela por ele.

Como neste período corpos de criminosos eram doados às faculdades de medicina, o corpo de Horwood virou instrumento universitário. Ele foi dissecado e sua pele retirada para encadernar o livro em que Richard Smith, médico responsável por tentar salvar a vida de Eliza, anotou os detalhes do caso.

Na capa é possível ler "a pele real de John Horwood" gravado em latim com letras douradas. O exemplar faz parte do acervo do Bristol Museums.

3. O Escaravelho de Ouro, de Edgar Allan Poe

(Fonte: PBA Galleries/Reprodução)(Fonte: PBA Galleries/Reprodução)

Lembra que no início dessa lista falamos sobre a fixação de colecionadores com obras literárias raras? Uma edição de O Escaravelho de Ouro, um dos contos mais sinistros escritos por Edgar Allan Poe no século XIX, foi encadernado utilizando pele humana e arrematado em um leilão na PBA Galleries por US$ 1020.

Na parte interna do livro, uma dedicatória confirmava a exótica elaboração deste exemplar, afirmando que seria uma "homenagem ao mórbido Poe, amante da morte". O couro ficava na lombada e era gravado com a ilustração de uma foice, uma pá e um escaravelho dourado.

4. Livros médicos do Dr. John Stockton Hough

(Fonte: Inside Edition/Reprodução)(Fonte: Inside Edition/Reprodução)

No acervo da The College of Physicians of Philadelphia, nos EUA, três livros do século XIX chamam a atenção. Foram escritos pelo médico John Stockton Hough, que usou pele humana para encaderná-los. Na época com apenas 23 anos, Hough descobriu na autópsia que a paciente não havia morrido de tuberculose, mas de triquinose (uma infestação de parasitas).

Para celebrar, decidiu retirar um grande pedaço da pele da coxa da mulher, chamada Mary Lynch, e a transformou em couro. Ele manteve o material guardado por 20 anos, quando decidiu utilizá-lo para encapar a lombada de três livros com suas anotações sobre diferentes temas: anatomia feminina, fecundação e parto.

As obras integram o Mütter Museum, museu de ciências médicas da instituição de ensino. Eles não ficam acessíveis livremente, sendo necessário solicitação prévia e autorização da direção.

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