Como o presidente Kennedy se preparou para o fim do mundo?

24/02/2023 às 11:002 min de leitura

Hoje, quem estuda a Guerra Fria pode não ter dimensão da sua importância e dos riscos que as trocas de ameaças entre EUA e URSS trouxeram ao mundo. As duas potências protagonizaram uma corrida no desenvolvimento de armas nucleares que apavorou as pessoas — e a prova disso foi o incentivo para a construção de um cômodo específico nas casas estadunidenses: os bunkers.

A partir da metade da década de 1950, o risco iminente de uma guerra nuclear motivou a elite americana, o governo e a classe média a se planejarem para os dias que sucederiam esse desastre.

O governo do presidente Kennedy distribuiu projetos para a construção de abrigos. Dessa forma, qualquer cidadão dos EUA poderia construir seu próprio bunker, no subsolo de sua casa.

Apesar dessa construção ser inútil protegendo as pessoas de uma explosão, ela poderia ajudar os sobreviventes a lidarem com a radiação que estaria no ambiente após o impacto.

Rockefeller exigiu medidas de Kennedy

Vista interna de um abrigo radioativo. (Reprodução: kit nobre)Vista interna de um abrigo radioativo. (Reprodução: kit nobre)

Nelson Rockefeller vinha de uma das famílias mais ricas do mundo e sonhava em ser nomeado candidato à presidência pelo Partido Republicano. Portanto, o presidente democrata Kennedy o via com desconfiança.

Em 1961, Nelson Rockefeller conversou com o presidente Kennedy sobre o risco de uma guerra nuclear com os soviéticos, sugerindo um programa nacional para a construção de abrigos. Os Rockefeller garantiriam US$ 207 milhões em financiamento para que o programa saísse do papel.

Kennedy temia que ao ignorar o pedido de Rockefeller estaria fortalecendo um adversário político que poderia usar o tema como principal assunto da campanha. Logo, ele iniciou o programa nacional de abrigos radioativos.

Escolas e outros prédios públicos foram reformados para se tornarem abrigos. As crianças também passaram por treinamentos para que soubessem o que fazer em caso de bombardeio nuclear. Como não havia muito o que ser feito, as recomendações sugeriam que os pequenos se abaixassem e se cobrissem com algo para se proteger.

(Fonte: Biblioteca Nacional dos EUA/Domínio Público)(Fonte: Biblioteca Nacional dos EUA/Domínio Público)

Os manuais do governo ainda listavam itens que não podiam faltar nos abrigos, como comida enlatada, carne seca, baralho, livros, água sanitária e a companhia de um bichinho de estimação.

O governo liberou linhas de financiamento para que as pessoas construíssem seus abrigos. Embora só uma parcela da população tenha tido acesso ao crédito.

Pesquisas da época afirmaram que 93% dos americanos não tinham a intenção de construir os abrigos. Muitos afirmavam que não valia a pena sobreviver em um mundo devastado pela guerra nuclear.

Kennedy tinha o seu próprio mega abrigo nuclear

Entrada do abrigo de Kennedy. (Reprodução: Willy Volk via Flickr under CC BY-NC-SA 2.0)Entrada do abrigo de Kennedy. (Reprodução: Willy Volk via Flickr under CC BY-NC-SA 2.0)

Considerando que a família Kennedy precisava ser protegida em caso de ataques nucleares, o governo construiu bunkers nas casas de veraneio em que se hospedavam os filhos e a esposa do então presidente estadunidense.

O plano era levar o presidente, sua família e 20 pessoas do gabinete aos bunkers. Para a viagem, seriam usados submarinos ou aeronaves. Lá, os sobreviventes ficariam por 30 dias, até que a precipitação nuclear diminuísse.

Kennedy nunca visitou os abrigos. O presidente dos EUA foi assassinado em 22 de novembro de 1963. A tensão com a URSS foi amenizada após a crise dos mísseis em Cuba, quando os soviéticos concordaram em retirar armas da ilha latina se os americanos tirassem seus mísseis da Turquia.

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