Ciência
05/03/2023 às 11:00•3 min de leitura
O cinema ajudou a eternizar grandes músicas, tenham elas letras ou não. Afinal de contas, quem não se recorda da Marcha Imperial, criada por John Williams para Star Wars. Quer outro exemplo? My Heart Will Go On, famosa na voz de Celine Dion, foi criada como uma música instrumental, até convencerem James Cameron que ela ficaria melhor com uma letra.
Essas canções têm em comum o fato de terem sido compostas pensando exclusivamente em integrá-las às trilhos sonoras de obras cinematográficas. E o mais interessante é que não estão sozinhas. Vamos te levar para um passeio pela história do cinema, apresentando outras músicas criadas para os filmes. Confira.
Bob Dylan é um dos maiores nomes da música norte-americana de todos os tempos. Subversivo e questionador, o homem do folk rock tem, entre suas pérolas, a icônica Knockin' on Heaven's Door, que se você não ouviu na voz de Dylan, pode ter tropeçado na famosa versão feita por Axl Rose e os Guns N’ Roses.
O que apenas os grandes fãs do cantor sabem é que a canção foi escrita e gravada para integrar a trilha sonora de Pat Garrett & Billy the Kid (1973), filme dirigido por Sam Peckinpah que narra a história do homem contratado por pessoas ricas para prender o famoso bandido Billy the Kid.
A música, cuja estrutura de quatro acordes parece simples, tornou-se símbolo de Dylan, enquanto o filme, infelizmente, foi um fracasso de bilheteria.
Blondie foi um dos grandes grupos do fim dos anos 1970 e início dos anos 1980. Sua mistura de punk rock e new wave entregou uma série de sucessos, lembrados mesmo quase cinquenta anos depois.
A história do grupo liderado por Debbie Harry inclui uma canção fracassada para um filme do James Bond, mas também um grande hit: Call Me é, sem sombra de dúvidas, o maior sucesso da carreira do grupo de Nova York. A faixa foi escrita a pedido do diretor Paul Schrader para Gigolô Americano (1980), longa-metragem que ajudou a impulsionar a carreira de Richard Gere.
Romeu + Julieta (1996) é uma reinterpretação polêmica da tragédia de amor criada por Shakespeare, conduzida por Baz Luhrmann, com um jovem Leonardo DiCaprio no elenco. O ambicioso e megalomaníaco diretor decidiu que seu filme precisava de uma trilha sonora grandiosa, e para tal convenceu o estúdio a contratar ninguém menos que o Radiohead.
A banda britânica, além do dinheiro, teve acesso aos 30 minutos finais do filme antes de todo mundo. A proposta levada por Luhrmann é que criassem a música que encerrasse o longa-metragem.
Thom Yorke disse em entrevistas que se sentiu inspirado por ver a atriz Claire Danes em cena, e dessa inspiração saiu Exit Music (For A Film), que a pedido do grupo não entrou no disco oficial da trilha do filme, mas foi incluída no clássico álbum da banda Ok Computer.
Raindrops Keep Fallin’ on My Head é um clássico da música norte-americana, presente na TV, publicidade e cinema. Contudo, bem antes de seu uso contemporâneo nos filmes e séries, a canção foi escrita por Burt Bacharach e Hal David especialmente para o filme Butch Cassidy (1969).
Dirigido por George Roy Hill, com Paul Newman e Robert Redford no elenco, o longa-metragem ajudou a eternizar a música interpretada por B.J. Thomas, cantor conhecido pela carreira no country. Vencedora do Oscar de melhor canção original em 1969, foi composta com dois nomes em mente para interpretá-la: Ray Stevens ou Bob Dylan.
Existem poucos nomes tão importantes no hip hop norte-americano do que o grupo Public Enemy. Em 1989, enquanto o diretor de cinema Spike Lee filmava Faça a Coisa Certa (1989), eles receberam o convite para criar a canção que seria o tema do protagonista do longa-metragem.
Desse pedido saiu Fight the Power, um hino de contestação que inclui exortações aos direitos civis, alusões à cultura afro-americana, além de samples com trechos de James Brown. Parecia impossível, mas o grupo de rap conseguiu criar um grande hit, bem na sequência do álbum It Takes a Nation of Millions to Hold Us Back, que já era um enorme sucesso.