Artes/cultura
25/04/2023 às 08:00•2 min de leitura
Objeto histórico que será utilizado na cerimônia de coroação do rei Charles III, no dia 6 de maio, a Pedra do Destino passou por uma análise minuciosa, recentemente. E o trabalho realizado pelos cientistas britânicos resultou na descoberta de símbolos secretos e marcas até então ocultas na famosa rocha.
No trabalho realizado pelo Historic Environment Scotland (HES), responsável pela guarda do artefato, foi criado um novo modelo virtual em 3D da pedra, permitindo visualizá-la de diferentes perspectivas. Um dos achados foram marcas que se parecem com algarismos romanos.
São três símbolos em forma de “X”, seguidos por um quarto que se assemelha à letra “V”. Estas marcas nunca haviam sido visualizadas e não se sabe o motivo delas terem sido esculpidas ou qual seu significado, de acordo com o líder do estudo, Ewan Hyslop.
(Fonte: Historic Envrionment Scotland/Divulgação)
Apesar da aparente associação com os algarismos romanos, o professor de arqueologia da Universidade de Glasgow (Reino Unido), Ewan Campbell, acredita que tais marcas na Pedra do Destino possam ser outros tipos de símbolos. Ele sugere que se trata de “cruzes grosseiras” gravadas após o objeto ter sido transferido para a Inglaterra, no século XIII.
Durante a pesquisa, os especialistas do órgão escocês também encontraram manchas de liga de cobre na superfície da Pedra de Scone, outro nome pelo qual ela é conhecida. Isso foi possível graças a uma análise de fluorescência de raios-X (XRF), técnica que possibilita verificar a composição química de rochas, minerais e sedimentos.
Os vestígios sugerem a presença de um objeto de bronze ou latão posicionado sobre a pedra por um longo período. Campbell, que não participou do estudo, acredita se tratar de uma relíquia religiosa como as que ficaram populares durante a Idade Média.
(Fonte: Historic Environment Scotland/Divulgação)
E as descobertas não pararam por aí. A nova análise científica da Pedra do Destino também achou resquícios de gesso preenchendo poros no arenito. É possível que o material tenha sido utilizado durante a fabricação de um molde do objeto, embora não haja registros oficiais da produção de uma réplica.
“Podemos não ter todas as respostas nesta fase, mas o que conseguimos descobrir é testemunho de uma variedade de usos na longa história da Pedra e contribui para sua proveniência e autenticidade”, declarou Hyslop. O exame feito agora aprimorou os resultados de uma análise anterior, realizada em 1998.
Presença constante nas coroações de reis escoceses ao longo de séculos, a Pedra do Destino passou a ser incluída nas cerimônias da família real britânica em 1296. O seu uso mais recente aconteceu em 1952, durante a coroação da rainha Elizabeth II.
Agora, ela está sendo preparada para a coroação de Charles III, quando será colocada na cadeira em que o novo monarca estará sentado. Após o evento, o artefato vai voltar à Escócia.