Ciência
29/09/2022 às 08:00•2 min de leitura
Um dos artefatos lendários da Escócia, a “Pedra do Destino” estará de volta à Inglaterra, temporariamente, para a cerimônia de coroação do rei Charles III, ainda sem data para acontecer. Ela também foi utilizada na posse da rainha Elizabeth II, em 1952.
Presente nas posses de monarcas há séculos, a Pedra de Scone, outro nome pelo qual o objeto é conhecido, desperta a curiosidade nas pessoas. Mas ao contrário do que muitos acreditam, não se trata de algo mágico ou semelhante aos artefatos mostrados em filmes e livros.
O objeto é exatamente o que parece, ou seja, uma pedra. Trata-se de um bloco de arenito avermelhado e granulação grossa, com medidas aproximadas de 65 cm de comprimento, 40 cm de largura e 27 cm de altura, além de apresentar marcas aparentes no topo.
Réplica da Pedra do Destino. (Fonte: Shutterstock)
De acordo com historiadores, a Pedra do Destino esteve presente nas coroações de reis escoceses durante séculos, até ser apreendida pelo rei Eduardo I em 1296 e levada para um trono na Abadia de Westminster, em Londres. Dali em diante, passou a fazer parte das cerimônias da família real inglesa.
A Pedra da Coroação, como o artefato também é chamado, possui origens religiosas, conforme o folclore local. O bloco, que muitos acreditam ser a pedra bíblica do Livro do Gênesis, teria sido usado por Jacó como um travesseiro no momento em que ele teve a visão de uma escada para o céu.
Levada da Síria para o Egito, ela foi parar no território atualmente ocupado pela Irlanda e, depois, chegou à região de Argyll, por volta do ano 500 d.C., onde permaneceu até a época da remoção pelos ingleses, no século XIII. De Londres, a famosa pedra só saiu em 1996, devolvida à Escócia no dia de Santo André, padroeiro do país, indo para o Castelo de Edimburgo.
Castelo de Edimburgo. (Fonte: Shutterstock)
Mas algumas décadas antes da devolução, houve um fato curioso, o roubo da Pedra do Destino. O caso ocorreu em 1950, quando quatro estudantes escoceses a removeram da Abadia de Westminster e a levaram para a Abadia de Arbroath, situada a 800 km de distância dali.
A pedra mística foi recuperada alguns meses depois e utilizada na coração da rainha Elizabeth II, mãe de Charles, em 1952, última vez em que ela foi usada oficialmente.
O resgate da Pedra de Scone após o “sequestro” realizado pelos escoceses não convenceu muitas pessoas. Para elas, o bloco recuperado há pouco mais de 70 anos é uma réplica, enquanto a original estaria bem escondida no território escocês.
Verdadeira ou não, a Pedra do Destino está sendo preparada para deixar Perth (Escócia) temporariamente, de onde seguirá para Londres e aparecerá na posse de Charles III. Após o evento, ela retornará ao seu lar original.