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08/09/2022 às 13:00•3 min de leitura
Após aguardar sete décadas pelo trono, Charles está pronto para a coroação. Com o falecimento da Rainha Elizabeth II nesta quinta-feira (8), aos 96 anos, o herdeiro real e ex-príncipe de Gales, agora com 73 anos, é oficialmente o monarca mais velho a assumir uma linhagem de quase um milênio. Porém, essa responsabilidade será ampliada em sua era, tendo que lidar com renovações aplicadas pelo Palácio, com a reputação construída por sua mãe e com uma série de polêmicas que refletiram na opinião popular.
Os planos do Rei Charles III não foram completamente revelados, mas espera-se que, de imediato, o Palácio de Buckingham seja reconstruído, a fim de elevar um museu em homenagem a Elizabeth e obter apoio financeiro do Subsídio Soberano. O Conselho de Adesão, composto por ministro seniores, funcionários públicos e líderes do Commonwealth se reunirão nesta sexta-feira (9), no Palácio de St. James, para proclamá-lo o novo monarca.
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Outra questão importante seria as reformas realizadas no último verão. Isso porque, pela primeira vez em dez anos, atribuições oficiais foram ajustadas pelas entidades superiores da realeza. Os artigos preveem deveres ainda mais exigentes e a exclusão de algumas outras formalidades, como a abertura estadual do Parlamento. Apesar disso, nada parece ameaçar mais a estabilidade dos reinos do que a história de vida de Charles, envolvido com escândalos e muitas controvérsias.
Pelos próximos dias, o rei do Reino Unido vai embarcar em uma turnê pela região, visitando todas as três nações descentralizadas (Escócia, Irlanda do Norte e País de Gales, respectivamente) onde participará dos ritos. Ele chegará em Londres antes do décimo dia de viagem a tempo de comparecer ao enterro de sua mãe, agendado para ocorrer no Castelo de Windsor.
Charles está determinado a limitar o número de membros da realeza, acreditando que o público não deseja pagar por uma monarquia em constante expansão. Os títulos já estão garantidos para os membros de sua família, mas as princesas Beatrice e Eugenie, filhas de Andrew — Duque de York —, já geram desacordos sobre o que poderiam receber no futuro. Essa confusão também envolve Archie, filho de Meghan e do príncipe Harry, por meio de mudanças nas Cartas Patentes de 1917.
Outra questão comentada por ele envolve o tratamento sustentável. Recorrentemente, Charles ataca publicamente os danos causados pelo homem à natureza e mostra-se alarmado com as mudanças climáticas, ao ponto de prevê o acontecimento de apocalipses. Vale lembrar que essas pautas são em decorrência de uma antiga polêmica em sua vida, quando foi ridicularizado por falar com plantas e ser obcecado por arquitetura e meio ambiente.
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Ele também comentou ter conversado com empresas sobre ações de combate ao aquecimento global. O monarca entrou em defesa do setor privado e disse que ter o apoio das corporações seria a única forma de ter uma "perspectiva real" de mudança. Além disso, ele teve um papel importante na cúpula da COP26 em Glasgow, quando se dirigiu a líderes mundiais e comentou sua opinião sobre os assuntos discutidos.
Por fim, Charles já negou o uso do novo Royal Yacht Britannia para viagens em família. O transporte marítimo, avaliado em 200 milhões de libras, cerca de R$ 1,2 bilhão, será usado como um navio em vez de um iate de luxo, visando impulsionar a visão pós-Brexit do primeiro-ministro Boris Johnson para transformar o Reino Unido em uma nação comercial global e referência.
Há quem diga que Charles sofre um certo desprezo da mídia popular. Os tabloides se debruçam essencialmente sobre seus relacionamentos. Muitas pessoas apontam o membro da realeza como fraco, vaidoso, intrometido, teimoso e inflexível, resgatando memórias passadas sobre excentricidade e tradicionalismo.
Vez ou outra, seu nome ainda é lembrado como o pivô da crise vivida com a princesa Diana Spencer, com quem foi casado por onze anos e teve dois filhos. Segundo inúmeros depoimentos de Diana, o colapso na relação ocorreu após ela descobrir a existência de uma amante, que curiosamente viria a ser a atual esposa de Charles e o amor de sua vida: Camilla Parker Bowles. A morte de Diana, em 1997, despencou a popularidade do filho de Elizabeth.
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Apesar disso, muitos veem Charles como uma pessoa altruísta e capaz de fazer o bem às pessoas sem pedir nada em troca. Simples de vida e relacionado a questões de caridade como a Prince's Trust, instituição que ajudou mais de um milhão de jovens desempregados e desfavorecidos desde seu lançamento, há quase 50 anos, ele é considerado uma pessoa bem humorada e gentil, com alta devoção ao dever.
"A morte de minha querida mãe, a rainha, é um momento de muita tristeza para mim e para todos os membros da minha família. Nós estamos de luto profundo pela morte de uma soberana querida e uma mãe muito amada. Eu sei que sua morte será sentida profundamente pelo país, pelo Commonwealth e por incontáveis pessoas pelo mundo. Durante este período de luto e mudança, minha família e eu seremos confortados e sustentados pelo nosso conhecimento do respeito e do carinho tão profundamente cultivados pela rainha", concluiu Charles, em comunicado emitido nesta quinta-feira.