Ciência
29/05/2023 às 07:09•2 min de leitura
O FBI revelou que, em 1983, a rainha Elizabeth II correu risco de vida em 1983, enquanto fazia uma visita aos Estados Unidos. Registros recém-divulgados pelo órgão mostraram que havia um possível plano do IRA para assassinar a monarca enquanto ela estivesse no país.
Os arquivos estavam até então no cofre do FBI e mostram que o órgão recebeu informações de que a rainha Elizabeth II poderia ter sido alvo de uma ação terrorista de um simpatizante do Exército Republicano Irlandês (IRA) que queria vingar a morte de sua filha, ocorrida na Irlanda do Norte. O grupo IRA descreve um conjunto de entidades paramilitares irlandesas que, ao longo dos séculos XX e XXI, lutaram contra a influência britânica na ilha da Irlanda, e que foram seguidamente acusadas de fazer isso por meio de práticas terroristas.
Os documentos arquivados pelo FBI foram trazidos a público após um pedido ancorado na Lei de Liberdade de Informação. Além disso, eles revelam outros riscos que a rainha teria corrido durante suas visitas aos Estados Unidos.
(Fonte: NBC News)
De acordo com as informações divulgadas, um policial que era frequentador de um pub irlandês em San Francisco, chamado Dovre Club, teria avisado os agentes federais sobre um homem que conheceu no local, que era tradicionalmente um ponto de encontro de simpatizantes do IRA. O homem teria afirmado que estava em busca da vingança pela filha, que havia sido morta em seu país de origem por uma bala de borracha.
Esse relato teria sido feito em 4 de fevereiro de 1983, um mês antes da visita de Elizabeth II e seu marido Philip à Califórnia. Conforme registrado no documento do FBI, o homem afirmou que iria tentar jogar um objeto de cima da ponte Golden Gate quando o navio Royal Yacht Britannia navegasse por baixo, ou iria tentar ferir a rainha quando ela visitasse o Parque Nacional de Yosemite.
Por conta dessas ameaças, o Serviço Secreto planejou fechar as passarelas da ponte quando o navio se aproximasse. Não houve relato de nenhuma prisão relacionado às ameaças, nem de ações no Parque Nacional de Yosemite (a visita da rainha ocorreu lá normalmente).
(Fonte: CNN)
Durante sua vida pública, a rainha Elizabeth II realizou 11 visitas aos Estados Unidos. Algumas delas foram tranquilas, mas outras não. Nesta viagem feita em 1983, à Costa Oeste do país, a Irlanda do Norte passava momentos de tensão elevada.
Contudo, em outras ocasiões, houve também registro de ameaças controladas por setores do governo americano. Em 1976, Elizabeth II visitava Nova York quando um piloto foi intimado por voar com um pequeno avião sobre o Battery Park com uma faixa que dizia "Inglaterra, saia da Irlanda".
Há outros episódios relativos a essa relação complicada entre a Irlanda e a monarquia representada na figura da rainha. Um primo de segundo grau de Elizabeth II, Lord Mountbatten, foi morto durante um atentado do IRA na costa de Sligo, na Irlanda, em 1979.
Já em uma visita feita pela rainha em 1989 para Boston, Nova York e o sul do país, um memorando do FBI registrou que “a possibilidade de ameaças contra a monarquia britânica está sempre presente por parte do Exército Republicano Irlandês (IRA)”.
Outro momento ocorreu em 1991, quando Elizabeth II planejou assistir a um jogo de beisebol do Baltimore Orioles ao lado do presidente George H. W. Bush. Contudo, o FBI avisou o Serviço Secreto de que grupos ligados ao IRA estavam planejando protestos durante o jogo, e teriam comprado uma grande quantidade de ingressos. Mesmo assim, Elizabeth II compareceu à partida.