3 músicas consideradas 'amaldiçoadas'

10/06/2023 às 06:004 min de leitura

Em 9 de agosto de 1969, Charles Manson e integrantes de seu culto invadiram a casa da atriz Sharon Tate, em Los Angeles, e assassinaram todos os residentes. Antes de sair, eles escreveram "helter skelter" nas paredes com o sangue das vítimas. Na madrugada seguinte, dando continuidade à matança, Leno e Rosemary LaBianca tiveram a casa invadida pelos criminosos e foram brutalmente mortos. Mais uma vez, "helter skelter" foi impressa nas paredes do local.

Um ano antes, os Beatles, no auge do seu sucesso, lançaram seu nono álbum de estúdio, intitulado White Album. Entre músicas que se eternizaram, estavam "Blackbird", "Revolution" e a polêmica e controversa "Helter Skelter". A faixa foi alvo de críticas dos conservadores, fanáticos religiosos e também dos críticos musicais. Em muitos lugares falavam que a música era um "chamado satânico" para entrar nas mentes dos jovens, apesar de a palavra ser uma referência a um típico brinquedo britânico de parque de diversões.

No entanto, nada poderia piorar a reputação da música que sua associação à morte, anarquismo e fanatismo que Manson instaurou com sua ideologia e onda de assassinatos. A canção dos imortais Beatles adquiriu um aspecto de mau agouro, e assim permanece na história e no senso comum. 

Mas ela não está sozinha, pois essas são as três canções consideradas amaldiçoadas.

1. "Without You" - Badfinger (1970)

Michael Ochs Archives/Getty(Fonte: Michael Ochs Archives/Getty Images)

Foi em 1970 que Peter Ham e Tom Evans, da banda Badfinger, sentaram juntos para despejar suas frustrações e angústias sobre seus relacionamentos em uma folha de papel. O resultado foi a memorável canção "Without You", falando sobre como era a vida após a partida de um amor. De um jeito obscuro, parece que os cantores fundiram mais tristeza do que uma música poderia suportar, causando um sucesso imenso, mas também uma onda de horrores.

Contratados pela Apple Records, mesma gravadora dos Beatles, a Badfinger estava prestes a se tornar a próxima maior banda de rock da década de 1970, mas, em vez disso, tudo desmoronou.

Quando os Beatles, também mentores da banda, se separaram, não só os deixou à deriva quanto afundou a Apple Records. Desesperados para fazer o sucesso acontecer, Badfinger acabou assinando contrato com Stan Polley. A banda foi vítima da má gestão criminosa do empresário, que os roubou até não aguentar mais, lucrando às custas deles mesmo alegando que a banda não estava tendo retorno financeiro algum.

Hulton Archive/Getty ImagesHarry Nilsson. (Fonte: Stan Meagher/Daily Express/Hulton Archive/Getty Images)

Foi em meio a esse caos que o cantor-compositor Harry Nilsson ouviu "Without You" na casa de um amigo e resolveu fazer sua própria versão. A princípio, Nilsson a amava, mas logo esse sentimento se tornou de puro ódio quando o produtor musical o fez cantar no limite de sua extensão vocal, com um arranjo que não conversava com seu estilo.

O sucesso que a música fez na voz de Nilsson, em 1971, não só despertou um ódio ainda maior dele por ter que cantá-la incansavelmente, quanto afundou a versão original.

Desolados em um mar de problemas financeiros e judiciais, Ham e Evans tiraram a própria vida. Quando a canção emplacou as paradas musicais novamente, em 1994 com a versão de Mariah Carey, Nilsson morreu de um ataque cardíaco fulminante.

2. "Get Up Insha" – Ali Khan (1974)

(Fonte: Dawn/Reprodução)(Fonte: Dawn/Reprodução)

Originalmente "Insha Ji Utho", a canção foi responsável por lançar o cantor paquistanês Amanat Ali Khan ao estrelato supremo. A música foi baseada em um poema escrito pelo autor paquistanês Ibne Insha, no início de 1970, falando de um homem desencantado com sua vida que decide, de repente, deixar sua cidade e esposa para trás – e para sempre.

Khan foi inspirado pela visão sombria do poema sobre a vida urbana, e pediu permissão a Insha para transformá-lo em um ghzal, um tipo de canção clássica baseada na poesia árabe. Depois que ele cantou a canção na televisão em 1974, o sucesso foi imediato. No entanto, de forma trágica, poucos meses depois, Khan morreu de apendicite aos 52 anos. Quatro anos mais tarde, na mesma data de lançamento da canção, Insha morreu de câncer.

Um dia antes de sua morte, Insha atribuiu a morte de Khan à canção: “Quantas vidas mais este poema amaldiçoado levará?”, escreveu ele a um amigo. "Mais três" teria sido a resposta, se a música pudesse falar. 

Primeiro, foi o filho de Khan, Amjad, que morreu depois que cantou a música pela primeira vez. Depois, o produtor da canção, Khalil Ahmed; e, finalmente, Asad, o segundo filho de Khan, aos 52 anos, após um show em 2006. Essa foi a última vez que a música foi cantada.

3. "Dead Man’s Curve" - Jan & Dean (1964)

Hulton Archive/Getty Images)(Fonte: John E. Reed/Hulton Archive/Getty Images)

Na década de 1960, a dupla californiana de surf rock Jan & Dean estava no topo das paradas de sucessos com músicas como "Surf City" e "The Little Old Lady from Pasadena". Mas nenhuma dessas ficou tão famosa como "Dead Man’s Curve", lançada em 1964, não só por falar da vida veloz nas estradas da vida e a sensação de liberdade, como também o quanto isso poderia matar.

A música faz referência a um trecho sinuoso de uma estrada de Los Angeles, perto de Sunset Boulevard e Vine Street, que ficou conhecida como "dead man's curve" ("curva do homem morto" em português) devido ao alto índice de acidentes na área. Nos últimos versos da música, a dupla canta: “Bem, a última coisa que me lembro, doutor, é que comecei a desviar/ Eu sei que nunca vou esquecer aquela visão horrível/ Acho que descobri sozinho que todos estavam certos/ Não vou voltar da Curva do Homem Morto”.

Dois anos após o lançamento da canção, essa parte se tornou tragicamente profética. Em 12 de abril de 1966, o principal compositor do grupo, Jan Berry, bateu seu Stingray a apenas 6 quilômetros da "curva do homem morto". Apesar de ter sobrevivido, ele sofreu danos cerebrais graves, como paralisia parcial e problemas de fala, colocando uma pedra em sua carreira no auge do sucesso.

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