Artes/cultura
20/02/2024 às 11:00•3 min de leitura
É bem provável que você já tenha visto um filme que avisava nos créditos finais: "nenhum animal foi ferido na produção desta obra". Isso nos faz respirar aliviados, já que certamente ninguém quer fazer parte de maus tratos aos bichinhos.
Acontece que nem sempre foi isso o que aconteceu na história do cinema. Na verdade, há vários casos de filmes em que a segurança dos animais não foi priorizada. Nesse texto, compartilhamos quatro dessas tristes fatalidades.
(Fonte: Hulton Archive/Getty Images)
No primeiro Rambo, filmado em 1982, conhecemos a história de John Rambo, um veterano do Vietnã que é obrigado a enfrentar a polícia. Há várias mortes durante o filme, incluindo as de alguns cães, que não foram agredidos – suas cenas envolvem a magia dos efeitos especiais.
Mas o mesmo não pode ser dito sobre os ratos. Em uma cena em que Rambo está numa mina abandonada, ele se move de um espaço para outro, enquanto os roedores sobem em suas costas. Em sua reação, o veterano acaba esmagando alguns animais.
De acordo com a American Humane Association (AHA), instituição americana que protege os animais, vários ratos foram mortos durante o filme – alguns diante da câmera, e outros entre as filmagens. Tanto que a AHA denunciou o caso ao Conselho Canadense de Cuidados com Animais.
(Fonte: 20th Century Studios/Divulgação)
Candyman (1992) é uma obra de terror baseada em um conto de Clive Barker que ficou muito famosa em sua década. Na história, fala-se de um espírito sinistro invocado quando alguém fala seu nome cinco vezes na frente de um espelho.
O personagem, que dá nome ao título, tem uma mão de gancho e o peito aberto, mostrando as vísceras. Além disso, ele possui um poder: é capaz de invocar abelhas. Durante a filmagem, o diretor Bernard Rose usou cerca de 200 mil abelhas reais na cena em que um enxame sai da boca de Candyman.
O ator Tony Todd, que interpretou o personagem, disse que foi picado 27 vezes durante a produção do filme. Isso significa que pelo menos 27 animais morreram, uma vez que, sempre que uma abelha pica um ser humano, seu ferrão fica preso e seu abdômen é rasgado, levando-a imediatamente ao óbito.
(Fonte: Show East/Divulgação)
O filme sul-coreano Oldboy, dirigido por Park Chan-wook em 2003, já é um clássico. O thriller mostra o personagem Oh Dae-su, que é libertado depois de 15 anos e parte para uma vingança sangrenta contra quem o encarcerou.
Mas, antes de ir para o embate, ele faz uma parada em um restaurante de sushi para saborear uma refeição inusitada: um polvo vivo. O impressionante é que o ator Choi Min-sik não apenas mastigou um polvo, mas vários deles durante o ensaio para a cena. Todas as vezes, ele arrancava a cabeça do animal com os dentes e descartava as pernas em um balde.
(Fonte: Getty Images)
No documentário Cow, de 2021, a diretora Andrea Arnold priorizou uma filmagem realista e transparente, em uma produção que levou quatro anos para ser concluída. O filme acompanha a rotina de duas vacas, em Kent, na Inglaterra.
Uma delas é a vaca leiteira Luma. No longa, ela é mostrada sendo inseminada, gerando e dando luz às suas crias. Depois disso, ela fica confinada em um espaço apertado por meses, até ser finalmente morta, já que não tinha mais uso para a fazenda.
No fim, Luma é baleada na cabeça por um fazendeiro, e depois seu corpo é cortado para se transformar em produtos para consumo. Ainda que mostrar essa cena possa denotar crueldade, a diretora tem em sua defesa o fato de que ela não interferiu no curso da vida do animal, pois a vaca morreria independente do filme.