Artes/cultura
31/03/2024 às 12:00•3 min de leituraAtualizado em 05/04/2024 às 11:54
Eclipses não eram meros eventos celestes na antiguidade, mas sim momentos repletos de mitos e mistérios. Para interpretar esses instantes de escuridão, diferentes culturas pelo mundo teciam narrativas fascinantes, atribuindo ao fenômeno significados profundos e, frequentemente, temíveis.
Da sabedoria hindu à mitologia nórdica, mergulhamos nas lendas por trás dos seres mitológicos encarregados de engolir o sol e a lua, revelando culturas ricas que buscavam explicar o que parecia inexplicável.
Na mitologia hindu, Svarbhanu é uma entidade enigmática, cuja história é fundamental para entender os eclipses solares e lunares. Este asura, após um confronto divino, foi dividido em duas partes distintas: Rahu, representando a cabeça, e Ketu, simbolizando o corpo.
Acreditava-se que ambos exerciam influência significativa sobre os movimentos celestes e eram considerados responsáveis pelos fenômenos dos eclipses. Essa lenda, rica em simbolismo, oferece uma perspectiva única sobre a tentativa antiga de explicar eventos astronômicos complexos por meio de narrativas mitológicas.
Tiangou, o "cão celestial" da mitologia chinesa, apresenta uma dualidade intrigante. Por um lado, é visto como um espírito benevolente, associado à proteção e à paz, simbolizado por sua forma de raposa de cabeça branca. Por outro, quando assume a forma de um cão negro temível, é capaz de devorar a lua e provocar eclipses lunares.
Essa dualidade reflete a eterna batalha entre a luz e a escuridão, com esse ser atuando como um guardião dos céus após suas tentativas de consumir a lua. A história também destaca a figura de Zhang Xian, um deus protetor das crianças contra os perigos representados por Tiangou, simbolizando a vigilância constante contra as forças obscuras.
Apófis, a imensa serpente da mitologia egípcia, simboliza as forças do caos e das trevas, constantemente ameaçando engolir o sol e mergulhar o mundo na escuridão. Representando a antítese da ordem, ela manifesta sua presença mais dramaticamente durante os eclipses, quando sua quase vitória sobre as forças da luz instigava medo e reverência.
Por outro lado, cada eclipse superado e o subsequente retorno da luz eram celebrados como a derrota simbólica do caos, reafirmando a crença na restauração da harmonia e no equilíbrio essencial do cosmos.
Na rica cultura da mitologia nórdica, Sköll e Hati são dois lobos destinados a perseguir o sol e a lua pelo céu. Essa perseguição não é meramente um capricho, mas um elemento crucial na cosmologia nórdica que simboliza a ameaça iminente do caos ao cosmos.
Tradicionalmente, Sköll é associado à perseguição do sol, enquanto Hati caça a lua. No entanto, as interpretações variam e o destino desses lobos é alcançar e devorar seus alvos celestiais no Ragnarök, o fim dos tempos, levando o mundo à escuridão antes de sua eventual renovação. Filhos de Fenrir, eles representam não apenas a destruição, mas também a necessidade de renovação, um conceito central na visão de mundo nórdica.
Na mitologia mesopotâmica, os Sebitti são um grupo de sete deuses da guerra, cuja presença era sinônimo de ferocidade e poder bélico. Invocados para auxiliar nas conquistas e na defesa do Império Neo-Assírio, esses deuses menores desempenham um papel significativo tanto no campo de batalha quanto na proteção do reino contra adversidades.
A natureza guerreira deles e sua associação com fenômenos celestiais e astrais destacam a crença na influência divina direta nas imprevisibilidades da vida humana, reforçando a ideia de que os deuses desempenhavam um papel ativo na determinação dos destinos dos homens e na manutenção da ordem no universo.
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