Artes/cultura
18/09/2024 às 15:00•2 min de leituraAtualizado em 18/09/2024 às 15:00
Um antigo forte egípcio, da época do chamado Novo Reino, que durou entre 1550 a.C. a 1070 a.C., foi descoberto recentemente em escavações arqueológicas do distrito de Hosh Issa, no norte daquele país, na região do Delta do Nilo. As ruínas incluem um complexo militar feito de tijolos de barro, com instalações para soldados e salas para armazenamento de armas, alimentos e outras provisões.
Segundo o secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades do Egito (SCA), Mohamed Ismail Khaled, o forte recém-encontrado "É uma descoberta importante que destaca o papel estratégico de Tell Al-Abqain como um posto militar crucial na estrada militar ocidental, protegendo as fronteiras noroeste do Egito de possíveis invasões de tribos líbias e povos do mar", explicou ao site Ahram Online.
Esse forte segue uma linha arquitetônica semelhante a outros já descobertos, que foram cuidadosamente projetados com uma divisão ao meio que separava as duas metades com uma passagem estreita, diz Khaled. Essa característica pioneira à época pode ter sido fundamental para aumentar a capacidade defensiva da estrutura militar.
A preocupação defensiva com esses enigmáticos “Povos do Mar”, cuja origem não se conhece muito bem, deve-se a uma onda de invasões que levou ao colapso várias civilizações por volta de 1200 a.C. Por isso, fortes como o descoberto em Hosh Issa formavam um reforço de fortalezas ao longo da costa mediterrânea e do Delta do Nilo.
Liderados pelo arqueólogo Said El-Khar, do SCA, os pesquisadores participaram diretamente das escavações, e destacaram que o projeto detalhado e exato dos edifícios descobertos comprova as habilidades avançadas de engenharia dos antigos egípcios.
Esse tipo de descoberta arqueológica oferece, mais do que o contexto histórico, importantes vestígios de como era a vida pessoal e as atividades militares dos ocupantes do forte. Um artefato em especial chamou a atenção de todos: uma espada de bronze gravada com o cartucho do rei Ramsés II, aquele símbolo oblongo com um traço no final, onde se escrevia o nome do faraó.
Essa espada acaba por se constituir em um artefato histórico significativo, pois atesta a importância do forte durante o reinado de Ramsés II, pois a presença do cartucho real sugere que ela possa ter sido feita em sua homenagem, ou mesmo ter pertencido a ele.
Os outros artefatos encontrados no forte formam uma ampla coleção de itens pessoais, como ferramentas de caça, adornos, objetos religiosos, amuletos protetores, armas e dois blocos de calcário. Um desses blocos traz hieróglifos listando os títulos de Ramsés II, e outro identificava um oficial chamado "Bay".