Dente de rinoceronte extinto revoluciona estudos sobre evolução

17/09/2019 às 16:002 min de leitura

A busca de pesquisadores e cientistas por informações importantes que possam ajudar a compreender a curva evolutiva ganhou um reforço de peso. Extinto, o rinoceronte Stephanorhinus, que viveu na Eurasia durante o Pleistoceno, deixou uma pista de 1,77 milhão de anos.

Pesquisadores descobriram um dente fóssil do rinoceronte em Dmanisi, na Georgia, e com auxílio de uma tecnologia inovadora chamada espectrometria de massa, que sequencia proteínas antigas, conseguiram recuperar informações genéticas antes inatingíveis com o sequenciamento de DNA. Os cientistas conseguiram identificar um conjunto quase completo de proteínas no esmalte dental do rinoceronte. As informações genéticas resultantes são um milhão de anos mais antigas do que o DNA mais velho já sequenciado.

As descobertas a partir do fóssil encontrado podem permitir que os cientistas reconstruam com precisão a evolução a partir de tempos muito mais remotos. “Por 20 anos, o DNA antigo tem sido usado para resolver questões sobre a evolução de espécies extintas, adaptação e migração humana, mas tem limitações. Pela primeira vez, recuperamos informações genéticas antigas que nos permitem reconstruir a evolução muito além do limite de tempo usual da preservação do DNA ”, diz o primeiro autor da pesquisa, Enrico Cappellini, professor do Globe Institute, da Universidade de Copenhague. Para ele, essa nova descoberta marca um novo capítulo no estudo da evolução molecular.

Esmalte dos dentes do rinoceronte escondia proteínas

Os pesquisadores descobriram que o conjunto de proteínas presentes no esmalte dos dentes do rinoceronte dura mais que o DNA e é geneticamente mais informativo que o colágeno, única proteína que havia sido recuperada em fósseis com mais de um milhão de anos.

Foto: Mirian Kiladze, Georgian National Museum

O sequenciamento das proteínas encontradas baseado em espectrometria de massa expande a possibilidade de recuperar informações genéticas confiáveis e ricas de fósseis de mamíferos com milhões de anos. “Basicamente, essa abordagem pode nos dizer não apenas as espécies e o gênero de um fóssil antigo, mas também podemos traçar uma linha evolutiva  tudo a partir de um único dente", diz o co-correspondente autor Jesper Velgaard Olsen, do Centro de Pesquisa de Proteínas da Fundação Novo Nordisk.

Sequenciamento mais confiável que o DNA

A descoberta é revolucionária e o sequenciamento das proteínas antigas do fóssil abre caminhos até então inimagináveis. O professor Eske Willerslev, autor principal do artigo que foi publicado na revista Nature, explica que existem espécies extintas de seres humanos primitivos das quais os cientistas não conseguiram extrair nenhum DNA e com essa pesquisa, abre-se muitas oportunidades para estudos evolutivos adicionais em humanos e mamíferos que o DNA não permite. “Ele revolucionará os métodos de investigação da evolução com base em marcadores moleculares e abrirá um novo campo completo de estudos moleculares antigos”, ressalta.

A descoberta pode mudar completamente a compreensão de como a vida animal evoluiu, permitindo que cientistas coletem dados genéticos de fósseis antigos e construam com mais precisão a evolução de centenas de espécies, inclusive a nossa.

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