
Ciência
17/12/2019 às 05:00•1 min de leitura
Um grupo de pesquisadores descobriu, próximo à cidade de Pocklington, a leste de Yorkshire, um escudo de bronze enterrado junto a um guerreiro celta datado de cerca de 2 mil anos, após análise do artefato. O corpo também estava próximo a cadáveres de dois cavalos, armas e uma carruagem e, apesar de todas as descobertas terem sido realizadas em 2018, apenas no final deste ano os resultados oficiais estão começando a ser divulgados.
“A descoberta mais importante do Reino Unido”, segundo Melanie Giles, estudiosa da Universidade de Manchester, é um artefato bem construído e preservado, com cerca de 75cm de comprimento, decorado com talhas de estruturas similares a redemoinhos e que, aparentemente, servia como enfeite, uma espécie de brasão, não como armamento de combate.
O artefato, que pesquisadores acreditam ter se originado durante 320 a 174 anos a.C, estava sobreposto ao tórax do guerreiro e os cavalos estavam posicionados ambos em posição vertical, sugerindo que o enterro era, na verdade, um tradicional ritual funerário e que o falecido era "um membro significativo de sua sociedade". Paula Ware, uma das pesquisadores responsáveis pela escavação, também completou afirmando que "a magnitude e preservação do enterro da carruagem de Pocklington nos fornece uma visão maior da época da Idade do Ferro”.
O posicionamento dos objetos e corpos sugere que o homem, aparentemente de 46 anos, tenha falecido de velhice e seu enterro repleto de ornamentos indique uma crença na ressurreição ou na vida pós-morte, com a ideia de os cavalos estarem com as patas traseiras para cima como estivessem "viajando para outro local".
(Fonte: Map Archaeological Practice/Reprodução)
O escudo de bronze também foi retrabalhado e analisado após uma minuciosa restauração, indicando que padrões encontrados, gravados com fortes marteladas no lado contrário do escuto, remontassem à cultura europeia 'La Tène', de 400 a 1 a.C.