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09/06/2020 às 09:00•2 min de leitura
A Universidade de São Paulo (USP) anunciou, no início desta semana, que está desenvolvendo uma vacina de combate ao coronavírus. O projeto, que será utilizado na forma de um spray nasal, encontra-se em avançados estágios de desenvolvimento e, após ser testado em camundongos com hepatite B, e ter apresentado resultados positivos para o tratamento, deverá ser disponibilizado no mercado por um valor sugerido de R$ 100, segundo especialistas da área.
Segundo cientistas da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, que trabalharam com virologistas e imunologistas da ala de Ciências Biomédicas, técnicos em nanotecnologia da área de química e pesquisadores da Plataforma Científica Pasteur e Unicamp, os protótipos deverão estar prontos em três meses, sendo replicados para larga utilização em animais e, posteriormente, em humanos.
A fabricação do spray nasal foi possível graças a sintetização de um substrato natural, que foi capaz de desenvolver uma proteína do coronavírus para ser acoplada em uma nanopartícula. Espera-se que a injeção da substância via nasal permitirá que o organismo tratado consiga produzir o anticorpo IgA Secretoram, presente em diversos órgãos e secreções corporais e capaz de combater a covid-19.
(Fonte: Reuters/Reprodução)
Tratada como uma alternativa de prevenção, a vacina deverá ser aplicada durante dois meses, em período de 15 em 15 dias, com dois jatos em cada narina, permitindo que a mucosa nasal armazene a nanopartícula por até quatro horas e abra um bom intervalo de tempo para criar as reações necessárias do sistema imunológico. “Além de inibir a entrada do patógeno na célula, a vacina impedirá a colonização deles no local da aplicação”, disseram os especialistas da universidade.
“Sempre que se pensa em infecções respiratórias, acreditamos que uma vacina com esse tipo de abordagem é melhor, pois ela gera imunidade no local da aplicação e produz IgA” , esclareceu imunologista Cristina Bonorino, professora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Com ao menos 100 vacinas em desenvolvimento pelo planeta, segundo fontes oficiais da Organização Mundial da Saúde, o spray nasal desenvolvido pela USP e coordenado pelo médico veterinário Marco Antonio Stephano, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, surge como uma das tentativas de combater a pandemia, que já contaminou quase 7 milhões de pessoas em todo o planeta, levando mais de 400 mil à morte.