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11/06/2020 às 12:00•2 min de leitura
A ciência do mundo real tem se debruçado em pesquisas buscando formas de construir instalações na Lua, mas isso ainda não é possível. No entanto, o físico Nikolai Zaitsev já apresentou sua ideia: ele aponta o satélite natural da Terra como o lugar ideal para a construção de uma instalação para estudar a aceleração de partículas.
O estudo das partículas subatômicas é a chave para a compreensão de algumas das questões mais importantes da física, pois permite que a ciência construa um entendimento sobre o que é a matéria e como ela funciona, abrindo caminho para várias outras questões.
As partículas subatômicas, também conhecidas como partículas elementares, são as menores unidades de matéria ou energia — ainda menores que um átomo.
A ideia de um acelerador lunar levantada por Zaitsev em um estudo publicado no início do ano, tem como base aspectos fundamentais para que pesquisas com partículas elementares possam ser conduzidas mais eficientemente. E isso, tem a ver com três fatores fundamentais:
O mundo quântico, habitado pelas partículas subatômicas ainda é um mistério para a ciência
O primeiro é o frio lunar. A temperatura mínima pode chegar a -233°C, sendo que a média da temperatura na noite é em torno dos -153°C.
Temperaturas extremamente baixas são fundamentais para o estudo de partículas: quanto mais frio, menor será a chance de os imãs supercondutores derreterem — eles são responsáveis por impulsionar as partículas dentro do acelerador.
O segundo ponto que levou o físico a pensar nessa hipótese é a atmosfera ou melhor, a falta dela. O vácuo lunar é 10 vezes melhor do que qualquer coisa que os cientistas já tenha conseguido construir para as pesquisas com partículas. É por isso que o céu lunar é sempre escuro, ou seja, ao contrário da Terra, não há difração da luz na atmosfera.
O terceiro ponto tem a ver com a face da Lua que é sempre a mesma voltada para a Terra. Isso permitiria que a distância entre o satélite e o planeta fosse usada sem que houvessem complicações com o alinhamento, de forma que seria possível direcionar um feixe de partículas da Lua direto para um laboratório de detecção por aqui.
O estudo de Zaitsev é interessante. Porém, há uma complicação extrema: mesmo considerando que as partículas que compõe o universo sejam minúsculas, as máquinas para estudá-las são gigantescas. Um exemplo é o LHC (Large Hadron Collider), que conta com 27 quilômetros de diâmetro. Pensar em uma instalação desse tipo fora da Terra, ainda exige um enorme exercício de criatividade.