O mistério do buraco negro que colidiu com objeto que não deveria existir

29/06/2020 às 02:002 min de leitura

Uma pesquisa publicada no The Astrophysical Journal Letters deixou os astrônomos extremamente intrigados ao apresentar observações que mostram um buraco negro com uma massa 23 vezes maior do que nosso Sol colidindo com um objeto desconhecido com 2,6 vezes maior do que a massa solar.

Buraco negro ou estrela de nêutrons?

(Fonte: Pixabay/Reprodução)(Fonte: Pixabay/Reprodução)

Segundo os cientistas responsáveis pelo artigo, o objeto menor pode ser outro buraco negro ou uma estrela de nêutrons, e o interessante é que se for a primeira opção, então seria o menor já registrado, mas no caso da segunda, a estrela seria a maior já encontrada. 

De qualquer modo, não é algo que os astrônomos já tenham visto antes, e pode representar uma classe completamente nova de objetos densos e compactos.

Thankful Cromartie, uma astrofísica da Universidade de Virgínia e do Observatório Nacional de Radioastronomia, explicou que a parte mais intrigante da descoberta realmente é esta “lacuna de massa” que o coloca entre a estrela mais pesada de nêutrons e o buraco negro mais leve já visto.

A astrofísica acredita que, de acordo com as evidências observacionais disponíveis e as previsões teóricas de massas estelares de nêutrons aceitáveis, o corpo provavelmente é um buraco negro muito leve. Contudo, caso seja comprovado que é uma estrela de nêutrons, os cientistas teriam que reconsiderar radicalmente a forma como a matéria se comporta em densidades extremamente altas.

(Fonte: NASA/Reprodução)(Fonte: NASA/Reprodução)

Se esta fusão que ocorreu a 8 milhões de anos-luz da Terra, e intitulada de evento GW190814, foi mesmo entre um buraco negro e uma estrela de nêutrons, ela seria a primeira deste tipo, o que a torna muito importante. Além disso, a diferença de massa entre os dois corpos representa um novo extremo de onda gravitacional.

De acordo com Charlie Hoy, membro da LIGO Scientific Collaboration e estudante de pós-graduação da Universidade de Cardiff, “este é o primeiro vislumbre do que poderia ser uma população totalmente nova de objetos binários compactos”.

Mas qual é a origem?

(Fonte: Pixabay/Reprodução)(Fonte: Pixabay/Reprodução)

Outro grande mistério no momento é a origem do objeto mais leve, afinal, estrelas de nêutrons e buracos negros surgem quando estrelas imensas colapsam sob sua própria gravidade, mas ele não se enquadra nesta evolução.

Imre Bartos, astrofísico da Universidade da Flórida e co-autor do estudo, levantou a possibilidade de que a origem possa vir de uma colisão entre duas estrelas de nêutrons de tamanho normal (que pesam 1,3 vezes mais que a massa solar), o que explicaria o tamanho incomum da massa observada.

Expectativas para o futuro

Agora, o próximo passo será confirmar o que o objeto desconhecido realmente é continuar estudando as fusões cósmicas. O interessante é que conforme os instrumentos astronômicos são aprimorados, veremos mais detecções assim nos próximos meses e anos. E Bartos acredita que poderemos chegar a um ponto no qual estas descobertas empolgantes ocorram basicamente todos os dias.

Fonte

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