Saúde/bem-estar
06/07/2020 às 10:00•2 min de leitura
Reportagem divulgada com exclusividade pela CNN Brasil no último sábado (04) traz uma notícia promissora para as pessoas que vivem com HIV: um estudo brasileiro da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) conseguiu eliminar o vírus de um paciente que havia testado positivo há sete anos.
O paciente, que não teve o nome identificado, passou por diversos ensaios num tratamento coordenado pelo infectologista Ricardo Sobhie Diaz na Unifesp. Infectado pelo vírus causador da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), o homem está há um ano e meio sem tomar os medicamentos contra a doença e não apresenta nenhum sinal do microrganismo no corpo.
Fonte: Pixabay
Com o objetivo de reduzir a replicação do HIV, o estudo trabalhou com pessoas que tomavam os coquetéis antiaids, mas viviam com o vírus indetectável (aqueles que têm a carga viral baixa e não transmitem a doença). Segundo Diaz, "a gente intensificou o tratamento. Usamos três substâncias no estudo, além de criar uma vacina”.
Também foi reduzido o número de anticorpos anti-HIV no sangue e em outros líquidos corporais do paciente. Esse índice é utilizado como parâmetro para saber se uma pessoa contraiu o vírus ou não. Diaz conclui que essa queda progressiva "é uma evidência de que o vírus pode não estar mais ali".
A pesquisa, que está atualmente paralisada por causa da pandemia da covid-19, deverá retornar numa próxima fase com 60 pessoas, inclusive voluntárias do sexo feminino, não incluídas na primeira fase.
Fonte: Secretaria de Saúde de São Paulo/Divulgação
A Unaids, um programa das Nações Unidas sobre a aids, estima que, até dezembro de 2018, havia cerca de 37,9 milhões de contaminados com HIV no mundo. Do total, cerca de 79% tinham sido diagnosticados, mas um contingente de cerca de 8,1 milhões de pessoas ainda não haviam feito o teste para diagnóstico.
Até hoje, foram anunciados apenas dois casos de cura da aids reconhecidos pela comunidade científica. Tanto o paciente de Berlim Timothy Ray Brown como o de Londres Adam Castillejo foram submetidos a operações para o transplante de medula e, por uma mutação rara, ficaram livres do vírus HIV.