Artes/cultura
09/07/2020 às 02:00•2 min de leitura
Uma das características mais notáveis de Júpiter é sua Grande Mancha Vermelha: uma gigantesca tempestade, que acontece há séculos, no maior planeta do nosso Sistema Solar. Não muito longe dali, uma nova tempestade foi descoberta: a Mancha de Clyde é menor, branca e, provavelmente, se formou há menos tempo.
A tempestade recebeu esse nome em homenagem ao astrônomo amador que a descobriu. Clyde Foster observava Júpiter com seu telescópio, em uma manhã no final de maio de 2020, na África do Sul. Ele percebeu um ponto mais brilhante que o comum, no hemisfério sul do planeta, próximo à Grande Mancha Vermelha.
Outros astrônomos australianos estavam observando Júpiter, horas antes, e não notaram esse ponto. Isso indica que a tempestade se formou nesse meio-tempo — ao contrário da Grande Mancha Vermelha, que está em atividade há centenas de anos.
A mancha de Clyde fica abaixo e à direita da Grande Mancha Vermelha (Fonte: NASA/Reprodução)
Alguns dias depois, a sonda Juno, da NASA, realizou um sobrevoo próximo à superfície de Júpiter e pode observar melhor a descoberta de Clyde Foster.
Isso porque a órbita da Juno é uma elipse bem achatada, então a nave tira a maioria dessas fotos nesses sobrevoos, que acontecem a cada 53 dias, mais ou menos. O local exato da mancha nem estava no caminho da Juno, mas os astrônomos desviaram a nave um pouquinho para poder observá-la, afirmou a NASA, em nota.
A nota explica, também, que a Mancha de Clyde é formada por nuvens em erupção em camadas superiores da atmosfera de Júpiter — que, como sabemos, é todo formado por gases. Tempestades de grande porte, como essa, acontecem bastante nessa região do hemisfério sul de Júpiter, chamado de South Temperate Belt (ou Cinturão Temperado do Sul, em tradução livre).
Mancha está em região "agitada" de Júpiter (Fonte: NASA/Reprodução)
É interessante observar que a bela imagem da superfície de Júpiter com a Mancha de Clyde em destaque, que você vê mais acima nesse post, também foi criada com a ajuda de uma pessoa que não faz parte da NASA. O cientista "civil" Kevin M. Gill processou os dados disponibilizados pela agência para criá-la.
Sobre isso, qualquer pessoa, na verdade — inclusive você! —, pode entrar no site da NASA e ter acesso ao material da sonda Juno. Quem sabe você não é a próxima pessoa a ter uma tempestade com seu nome em Júpiter?