Ciência
13/07/2020 às 02:00•2 min de leitura
Astrônomos australianos perceberam uma atividade inusitada no Espaço durante a última semana: quatro círculos luminosos que ultrapassam a distância da Via Láctea. Denominados de ORCs, as esferas brilhantes em suas pontas foram localizadas através de ondas de rádio e, até então, não possuem explicação clara pela comunidade científica.
De acordo com os especialistas, as "ilhas luminescentes" em formato de arcos podem estar ligadas à galáxias distantes e fazem parte de uma categoria de objetos astronômicos nunca vistos antes. Os misteriosos objetos possuem diâmetro de um minuto de arco — o que seria 31 vezes menor do que o tamanho da nossa Lua,
(Fonte: Pixabay)
Em artigo publicado na revista Nature Astronomy, a equipe de pesquisadores do Pathfinder de Matriz de Quilômetros Quadrados da Austrália (ASKAP) tentou ligar a nova descoberta a fenômenos já conhecidos na astronomia, mas não obtiveram respostas concretas.
Após descartarem a possibilidade de objetos como supernovas, galáxias formadoras de estrelas, nebulosas planetárias, etc., os astrônomos cogitam a possibilidade dos quatro círculos estarem atrelados a sobras de ondas de choque derivadas de eventos extragaláticos.
Sem estar envolvida na pesquisa, a astrônoma da Queen's University, no Canadá, Kristine Spekkens explicou, em entrevista para o portal Live Science, que esses objetos podem estar atrelados a uma série de novos fenômenos espaciais ou até mesmo uma extensão de objetos que a astrofísica global ainda não teve tempo de aprofundar conteúdo.
Apesar de identificáveis pelas ondas de rádio, as ORCs são invisíveis aos olhos de luzes infravermelhas e raio-X. A produção do artigo faz parte do projeto chamado de Mapa Evolucionário do Universo (EMU, em inglês), que utilizou o telescópio da ASKAP para comprovar a veracidade dos arcos.
(Fonte: Pixabay)
Apesar da identificação de apenas quatro objetos e sem ainda saber suas reais explicações, os astrônomos envolvidos no processo acreditam que esse é o primeiro passo para uma série de novas descobertas no Espaço sideral.
Através da utilização das ondas de rádio, os membros do EMU acreditam ser possível localizar mais de 70 milhões de novos objetos na imensidão do Universo — o que se somaria ao atual catálogo de 2,5 milhões.
A habilidade de utilizar ondas de rádio para averiguar a profundidade do Espaço aparece como uma importante peça para os avanços científicos recentes no campo da astronomia.