Ciência
14/07/2020 às 07:00•2 min de leitura
Os pássaros cácapos são uma das espécies mais interessantes do mundo. Além de serem os maiores papagaios do planeta, o seu visual meio mutante, metade papagaio metade coruja, fazem com que esses bichos fofinhos sejam totalmente diferentes de tudo que aprendemos sobre pássaros.
Fonte: Andrew Digby/Twitter - Reprodução
Primeiramente, eles não voam. Com uma média de 60 centímetros de comprimento, e chegando a pesar 4 quilos, eles estão entre os maiores tipos de aves que não voam. Originários das ilhas da Nova Zelândia, receberam o nome científico de Strigops habroptilus, algo como "penas suaves com cara de coruja".
Embora esse nome tenha "pegado" e muita gente chamá-los de papagaios-coruja, a verdade é que as pesquisas genéticas chegaram à conclusão de que as duas espécies não estão intimamente relacionadas.
Fonte: Andrew Digby/Twitter - Reprodução
Hoje existem apenas 211 cácapos no mundo.
O Departamento de Conservação de Espécies da Nova Zelândia criou um Programa de Recuperação dos Cácapos, que envolveu a limpeza de algumas ilhas do país para torná-las livres de predadores, e a realocação das aves remanescentes nesses habitats.
Dr. Andrew Digby (Fonte: Andrew Digby/Twitter - Reprodução)
Hoje, os últimos representantes dos cácapos só podem ser encontrados nas quatro ilhas livres de predadores: Anchor, Whenua Hou, Hauturu e Chalky, na Nova Zelândia. Nesses locais, uma equipe de conservacionistas trabalha num programa de criação de aves ameaçadas de extinção, mantido pelo governo da Nova Zelândia.
Liderados por Andrew Digby, conselheiro científico do governo, os conservacionistas têm feito grandes avanços no programa de proteção aos cácapos. Eles montam estações de alimentação suplementar para as aves, e fornecem incubação artificial e até alimentação manual dos filhotes quando necessário.
Fonte: Andrew Digby/Twitter - Reprodução
A utilização de técnicas científicas avançadas têm sido utilizadas para incrementar as taxas de sucesso na formação de novas ninhadas. Isso se tornou necessário pelo fato de 40% dos ovos de cácapo serem inférteis, devido às altas taxas de consanguinidade causadas pela redução da diversidade quando da perda do habitat.
No ano passado, o programa atingiu recordes de sucesso: de 86 filhotes nascidos, aproximadamente 70 sobreviveram ao seu primeiro ano. Ainda assim, nove cácapos morreram vítimas de aspergilose, uma infecção respiratória causada por fungos.
Animados com os resultados obtidos, os conservacionistas continuam ajudando os heroicos cácapos a sobreviver. É possível que um dia esses belos gorduchinhos possam passear livremente pelas florestas paradisíacas da Nova Zelândia.