Estilo de vida
11/08/2020 às 09:30•2 min de leitura
Antes de ser desativada, em 2018, a sonda Dawn enviou imagens de Ceres, o maior corpo no cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter, de uma altura de 35 quilômetros. As misteriosas regiões brilhantes que fizeram o planeta-anão famoso se revelaram indícios de que há um mar de água salgada abaixo da superfície.
As áreas brilhantes são depósitos de carbonato de sódio. Para aflorar à superfície, ele deve ter sido levado até lá por um líquido que, ao evaporar, deixou no solo uma crosta de sal altamente reflexiva. Que líquido seria esse?
Imagens e dados enviados pela Dawn levaram os astrofísicos à resposta: água, e ela deve ocupar um reservatório subterrâneo de 40 quilômetros de profundidade e centenas de quilômetros de largura.
A pesquisa se concentrou na cratera Occator, uma imensa bacia de 20 milhões de anos onde estão as maiores e mais brilhantes áreas. O estudo concluiu que Ceres é um mundo rico em água, e as áreas reflexivas dentro da Occator têm menos de 2 milhões de anos (não escureceram pela ação de micrometeoritos que caem sobre o planeta-anão).
A idade dos depósitos indica que a atividade geológica em Ceres ainda pode estar acontecendo, e a prova disso veio com a descoberta de depósitos de sal. A Dawn mediu quanto de água ainda havia neles (os sais desidratam completamente em centenas de anos), e ela se mostrou alta, o que indica que o sal deve ter aflorado recentemente à superfície da Occator.
Os pontos brilhantes na cratera Occator são o que restou da água salgada que aflorou à superfície.
As descobertas em Ceres fazem com que ele entre para a lista dos mundos capazes de sustentar vida: água líquida, energia e moléculas orgânicas. Segundo os cientistas, graças ao calor de impactos de asteroides, Ceres pode ter sido habitável (mas não necessariamente habitado) por pequenos períodos.
Ceres teria um mar de água salgada abaixo da superfície via TecMundo