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17/08/2020 às 08:00•2 min de leitura
Durante escavações realizadas em 1989 em Boxgrove, West Sussex, escavadores encontraram os primeiros vestígios de fabricação de artefatos por humanos na Europa. Datadas de quase meio milhão de anos, as ferramentas ósseas marcaram um importante passo para a compreensão da ocupação humana no continente e, quase 30 anos depois da descoberta, finalmente foram divulgadas imagens dos achados ao público.
Conhecido como "Local de abate de cavalos", o território já revelou milhares de itens e artefatos pertencentes a extintos ancestrais humanos. Dentre os achados, inúmeras ferramentas constituídas por ossos, carcaças de cavalos e uma enorme quantidade de cacos de sílex foram relacionadas ao Homo heidelbergensis, que caminhou pela África e sul da Europa há quase 700 mil anos.
(Fonte: UCL/Reprodução)
"Estas são algumas das primeiras ferramentas que não são de pedra encontradas no registro arqueológico da evolução humana. Elas teriam sido essenciais para a fabricação de facas de sílex finamente produzidas encontradas na paisagem mais ampla de Boxgrove", disse Simon Parfitt, arqueólogo do Instituto de Arqueologia da UCL, em nota.
(Fonte: UCL/Reprodução)
Segundo os especialistas, o local em que as ferramentas foram encontradas seria apenas um dos polos onde grupos ancestrais de oito a dez pessoas se reuniam para fabricar armas brancas e utensílios e abater cavalos. Ossos dos animais eram reutilizados para fortalecer facas e outros artefatos que seriam utilizados para a caça.
Trabalhando em cooperação, o povo de Boxgrove utilizava campos e terrenos isolados para executar diversas atividades simultâneas, simulando uma vila pré-histórica. No local, as tribos interagiam entre si através de atividades recreativas, aprendizagem sobre técnicas de caça e fabricação de utensílios, compartilhando ideias sobre os planos de sobrevivência.
(Fonte: UCL/Reprodução)
"Junto com a carnificina cuidadosa do cavalo e a complexa interação social sugerida por os padrões de remontagem de pedras, a descoberta fornece mais evidências de que a população humana inicial em Boxgrove era cognitiva, social e culturalmente sofisticada", esclarece a Dra. Silvia Bello, do Museu de História Natural, em Londres.
Atualmente, sob a tutela do Patrimônio Inglês, os esforços em Boxgrove continuam, agora voltados para a compreensão dos hábitos dos povos, identificação dos pontos onde dormiam e como eram sua constituição física.