Ciência
17/08/2020 às 13:00•2 min de leitura
Os pesquisadores da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, encontraram uma nova funcionalidade para os tijolos vermelhos: armazenar energia. Apesar do projeto ainda estar em fase de testes, o objeto já foi capaz de servir como bateria para alimentar luzes de LED.
Os tijolos são ferramentas extremamente utilizadas dentro da engenharia civil por possuírem grande custo-benefício. Simples de serem feitos, baratos e muito densos, esse é um dos melhores materiais para sustentar grandes estruturas sem excesso de reforço adicional.
(Fonte: Julio D'Arcy/Reprodução)
De acordo com o professor assistente na Universidade de Washington, Julio D'Arcy, a capacidade de armazenar energia de um tijolo precisa ser desenvolvida em laboratório. "Nós criamos um revestimento de um polímero condutor PEDOT, que contém nanofibras capazes de penetrar os poros dos tijolos", explicou o cientista.
Um polímero condutor atua como uma esponja de íons dentro do material de construção, o que lhe fornece a habilidade de armazenar e conduzir eletricidade. Porém, nada disso seria eficiente sem outra característica essencial desses tijolos: a cor vermelha.
Segundo D'Arcy, o pigmento vermelho, na realidade, se trata de óxido de ferro ou ferrugem. Ambos atuam na ativação da reação de polimerização — a reação química que instaura as moléculas de PEDOT dentro dos tijolos.
(Fonte: Pixabay)
Um dos principais objetivos do estudo publicado na revista Nature Communications era encontrar formas diferentes e eficientes de armazenar energia. E, conforme o otimismo dos pesquisadores, a meta foi alcançada.
Em entrevista para o portal The Source, Julio D'Arcy garantiu que os tijolos vermelhos desenvolvidos em laboratório podem atuar em sincronia com sistemas de energia solar. "Ao conectar 50 desses tijolos a um captador de energia solar, você teria em mãos uma fonte emergencial com capacidade de gerar luz por cinco horas", acrescentou.
O cientista destacou que uma parede de tijolos vermelhos desse tipo poderia servir como um supercapacitor capaz de ser recarregado centenas de vezes dentro de uma hora. Assim, eles poderiam abastecer micro sensores de energia sem nenhum problema.
Por fim, todo o experimento passa por sua viabilidade financeira. Conforme o relatório feito pela equipe, tanto tijolos normais quanto tijolos reciclados poderiam usufruir do novo método desenvolvido. O procedimento é tão barato que o material utilizado pelos cientistas foi adquirido em um depósito familiar e cada tijolo custou cerca de US$0,65.