Ciência
20/08/2020 às 09:00•2 min de leitura
Através de uma parceria com o Serviço Geológico dos Estados Unidos, a NASA disponibilizou dados fornecidos por um mapa global apontando os danos que as raízes de mangues vêm sofrendo nos últimos anos, mais especificamente entre 2000 e 2016. A preocupante pesquisa dos cientistas da agência reforça a necessidade da preservação ambiental quanto ao habitat de uma das espécies vegetais mais importantes para as zonas costeiras.
O mapa desenvolvido indica que, no período estabelecido, as maiores causas da perda de manguezais estão relacionadas a ações humanas, principalmente à exploração do solo em regiões agrícolas. O estudo não desconsidera as condições ambientais e climáticas, que também têm parcela de contribuição no desgaste natural da fauna.
(Fonte: NASA/Reprodução)
"Os manguezais fornecem proteção costeira contra tempestades extremas e ondas gigantes", disse Lola Fatoyinbo Agueh, cientista da NASA. "Por serem árvores anfíbias, sua estrutura de raízes protege as áreas do interior do litoral e o litoral das áreas do interior, pois são capazes de acumular muito do solo que vem de montante ou do litoral. Elas mantêm esse sedimento em suas raízes e, essencialmente, cultivam novas terras. Se há áreas em que houve elevação da erosão devido ao aumento do nível do mar, os manguezais podem se opor a isso".
Os esforços de conservação e restauração devem continuar a aumentar seu foco na avaliação e mitigação de ameaças naturais
Sofrendo impactos diretos da urbanização e da exploração das terras, cerca de 2% da área global de mangue foi perdida durante o período do estudo. Dessa porcentagem, 62% equivalem a consequências da ação humana, indicando a urgência na criação de estratégias que possam contornar a destruição das matas.
(Fonte: NASA/Reprodução)
Segundo Liza Goldberg, autora do estudo, a consciência ambiental veio evoluindo nos últimos anos, resultando em um declínio na perda de raízes de mangues. Porém, da mesma forma que pode ser algo positivo para a prosperidade da fauna, pode ter sido causada pelo fato de não haver mais manguezais a perder. "A principal conclusão é que os esforços de conservação e restauração devem continuar a aumentar seu foco na avaliação e mitigação de ameaças naturais", comentou a cientista.
Atualmente, as equipes estão concentradas em planejar rotas de conservação através do estudo de emissão de carbono e outras iniciativas sustentáveis.