Estilo de vida
31/08/2020 às 13:00•2 min de leitura
Um estudo de caso publicado na revista científica The Journal of Emergency Medicine, no dia 29 de julho, revelou uma condição médica incomum e um drama pessoal: um jovem de 17 anos da cidade de Worcester, nos EUA, engoliu sem saber um pequeno alfinete enquanto costurava suas roupas, e o objeto foi parar dentro do seu coração.
O adolescente deu entrada no pronto-socorro do UMass Memorial Medical Center após sentir fortes dores no peito durante três dias. Era uma dor aguda, que irradiava para as costas e piorava ao deitar ou respirar profundamente. O eletrocardiograma revelou um perigoso supradesnivelamento consistente com perimiocardite.
Essa ocorrência é uma inflamação tanto do músculo cardíaco como da membrana circundante. Os exames de sangue mostraram que o paciente apresentava níveis elevados de proteínas que poderiam indicar uma lesão cardíaca.
Fonte: Stefan Haberkorn/Visual Impression - Reprodução.
Foi providenciada uma tomografia computadorizada do tórax do garoto, que evidenciou a presença de um "objeto estranho metálico linear alojado no coração", segundo o relatório médico.
O objeto tinha cerca de 3,5 centímetros de comprimento e se projetava para fora do ventrículo direito, a câmara inferior do coração responsável por bombear sangue para os pulmões através da artéria pulmonar.
Aos médicos, o jovem disse que não havia ingerido nenhum objeto estranho nem experimentado qualquer tipo de trauma físico no peito. Posteriormente, ele revelou que costura suas próprias roupas sob medida e que tem o hábito, como muitos alfaiates, de ficar com alfinetes na boca, mas não se lembrava de ter engolido nenhum.
Pela gravidade do quadro, o adolescente foi submetido a uma cirurgia de coração aberto para a remoção do objeto, que os médicos descobriram ser realmente um alfinete de costura.
Imagem da tomografia. (Fonte: Elsevier/Reprodução)
Corpos estranhos intracardíacos são ocorrências raras na literatura médica, principalmente em pacientes jovens. O caso atual parece ser um dos primeiros no qual o paciente engole, sem ao menos perceber, um alfinete que acaba alojado no interior do seu coração.
A autora principal do estudo, doutora Bonnie Mathews, médica e professora assistente no UMass Memorial, afirmou ao site Live Science que os médicos acreditam que o alfinete migrou do estômago diretamente para o coração, embora possa também ter sido do esôfago ou até mesmo do intestino delgado.
Felizmente, o adolescente se recuperou após a cirurgia.