Oxigênio da Terra está oxidando ferro na Lua, apontam cientistas

08/09/2020 às 11:002 min de leitura

Recentemente, astronautas descobriram depósitos de hematitas na Lua, um minério proveniente do processo de oxidação do ferro. O caso intrigou cientistas do Instituto Havaiano de Geofísica e Planetologia (HIGP), que em estudos apontaram o oxigênio terrestre como principal responsável pelos resíduos metálicos, visto que a atmosfera do satélite é muito rarefeita. 

Nesse contexto, a descoberta foi possível com o uso de relatórios da missão indiana Chandrayaan-1, realizados pelo robô da NASA Moon Mineralogy Mapper (M3). Ao serem analisados pelo pesquisador responsável pelo estudo, Doutor Shuai Li, os dados revelaram padrões e sinais espectrais diferentes dos encontrados anteriormente no solo lunar.

A princípio, o doutor acreditou que poderia se tratar de alguma reação entre a água congelada e as rochas lunares, mas logo percebeu que os padrões se tratavam de depósitos de hematita, uma substância avermelhada, bastante similar à ferrugem. 

Localização dos depósitos. (Fonte: NASA, Shuai Li via IFLScience/Reprodução)Localização dos depósitos. (Fonte: NASA, Shuai Li via IFLScience/Reprodução)

Lua enferrujada

Li teoriza que o processo de oxidação lunar, responsável pela criação do minério avermelhado, ocorre por meio dos ventos solares que varrem o oxigênio das camadas superiores da atmosfera terrestre, enquanto o satélite se encontra na cauda magnética da Terra. 

Algumas evidências, encontradas por M3, reforçam a teoria de Shuai: os minérios foram encontrados predominantemente no lado mais próximo da Lua, a face constantemente voltada para a Terra, nas extremas latitudes do satélite. Contudo, a presença de pequenas quantidades de hematita em sua face mais distante indica que a água congelada pode ter uma pequena influência no processo.

Mapa de hematitas nos polos lunares. (Fonte: NASA, Shuai Li via IFLScience/Reprodução)Mapa de hematitas nos polos lunares. (Fonte: NASA, Shuai Li via IFLScience/Reprodução)

De acordo com o Dr. Shuai Li, a descoberta marca um importante avanço no entendimento da formação do satélite e de seus polos: "A Terra pode ter participado de um importante papel na evolução da superfície lunar," conclui ele em comunicado

A equipe espera confirmar as descobertas com rochas coletadas nas próximas missões lunares, chamadas de Artemis, que marcam o retorno da humanidade ao satélite. O programa, com orçamento de 15 bilhões de dólares, será uma parceria entre diversas companhias aeroespaciais e levará a primeira astronauta ao solo lunar em 2024. 

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