Ciência
28/09/2020 às 08:00•2 min de leitura
Durante um trabalho de mineração no território de Ora Banda, na Austrália, mineradores da empresa Evolution Mining identificaram uma enorme cratera de meteorito, aparentemente invisível pela superfície e datada de 100 milhões de anos. Com cerca de 5 quilômetros de diâmetro, a fenda equivale a mais de 6 vezes o comprimento máximo da famosa cratera de Wolf Creek, também localizada em território australiano.
Os trabalhadores, então, chamaram o geólogo Jayson Meyers, fundador e atual diretor da Resource Potentials, para poder fazer uma varredura no local e determinar a natureza da gigantesca fenda terrestre. Segundo o geofísico, o buraco foi criado por um meteorito de cerca de 200 metros de largura, maior do que dois campos de futebol juntos, e pode contar novos e importantes eventos da pré-história terrestre.
“Aconteceu em uma área onde a paisagem é bem plana. Não dava para saber que [a cratera] estava lá, porque foi preenchida ao longo do tempo”, comentou Meyers, afirmando que o tempo foi responsável por cobrir totalmente a extensão da cratera, deixando-a invisível e impossível de ser rastreada a olho nu.
Através de análise topográfica e história do local, que determinava que nenhum evento de natureza atômica ou nuclear havia sido praticado em Ora Banda, Jayson Meyers conseguiu identificar um sulco no centro da cratera, como uma área de perfuração em que o impacto foi mais profundo e imediato. O enrugamento seria uma consequência de rochas fragmentadas que surgiram com os cones laterais, que posteriormente sofreram ação da gravidade e ocuparam o espaço determinado pelo primeiro contato entre o meteorito e o solo.
Atualmente, cerca de 128 crateras consideradas de impactos maiores foram listadas pela Universidade de Freiburg, na Alemanha, todas com um mínimo de 6 quilômetros de diâmetro e com a maior chegando a alcançar 300 quilômetros, datada de 2,02 bilhões de anos e localizada em Free State, na África do Sul.
Apesar da cratera de Ora Banda ainda não se enquadrar na lista, os especialistas acreditam que sua análise poderá conduzir para novas fendas ou, até mesmo, uma extensão da mesma, além de ajudar a prever um padrão de formação de anomalias geológicas, possibilitando a compreensão de eventos futuros.