Degelo na Antártica revela colônia de pinguins mumificados

01/10/2020 às 13:002 min de leitura

Durante uma expedição à Antártica, o pesquisador Steven Emslie, da Universidade da Carolina do Norte em Wilmington, Estados Unidos, encontrou vestígios de colônias de pinguins-de-adélia (Pygoscelis adeliae) surpreendentemente bem preservados. Os restos mortais foram localizados no no Cabo Irizar, próximo ao mar de Ross, no sul da Nova Zelândia, e indica os primeiros relatos das espécies de aves marinhas na região.

O projeto foi recentemente publicado na revista Geology e revela informações que avançaram desde 2016, quando o cientista fez sua viagem ao cabo. Segundo Emslie, o local tornou-se um cemitério de pinguins, contando com a presença de ossos, penas e carcaças do Pygoscelis adeliae, misturados em meio a manchas deixadas por fezes acumuladas que viraram apenas marcas isoladas.

(Fonte: Steven Emslie/Reprodução)
(Fonte: Steven Emslie/Reprodução)

Além dos restos, alguns corpos congelados também foram encontrados com carcaças chegando a ter penas. “No geral, nossa amostragem recuperou uma mistura de restos de pinguins antigos e recentes, implicando múltiplos períodos de ocupação e abandono [dessa região] ao longo de milhares de anos”, disse Emslie, em nota publicada no The Geological Society of America. “Em todos os anos em que fiz essa pesquisa na Antártica, nunca vi um local como este.”

Pinguins de diferentes épocas

Após a remoção de boa parte dos vestígios para serem levados aos laboratórios, a fim de realizar datação por radiocarbono, os diferentes estados físicos dos pinguins-de-Adélia foram finalmente explicados. Segundo os especialistas, o Cabo Irizar já foi local de habitação de Pygoscelis adeliae em ao menos três épocas diferentes.

(Fonte: Steven Emslie/Reprodução)
(Fonte: Steven Emslie/Reprodução)

Colônias que viveram entre 5 mil a 2.750 anos atrás, 2.340 e 1.375 anos, e 1.100 e 800 anos, sendo os últimos os mais recentes, sofreram divergentes processos de decomposição, com o aumento da nevasca agindo de maneira mais rigorosa nos restos considerados “frescos”, que eram as carcaças mais bem preservadas. Com o tempo, o aquecimento global e as condições climáticas agiram nas camadas de gelo e o descongelamento acabou por revelar as aves escondidas.

Nos últimos 40 anos, o Mar de Ross sofreu um aumento de temperatura anual de cerca de 1,5 a 2 °C e, segundo Emslie, essa “é a melhor explicação para a confusão de restos de pinguins de diferentes idades que encontramos lá.” 

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