'Múmias com retratos' achadas em 1615 têm seu interior investigado

12/11/2020 às 12:002 min de leitura

Um estudo publicado na semana passada (4) na revista Plos One revelou alguns segredos ainda desconhecidos sobre duas múmias desenterradas no Egito há mais de 400 anos. As descobertas foram feitas após os pesquisadores realizarem uma tomografia computadorizada dos restos mortais.

Conhecidas como “múmias com retrato envoltas em argamassa”, essas três múmias (uma delas está em exibição num museu do Egito) foram encontradas na necrópole de Saqqara e se destacam das demais porque, em vez de serem enterradas em caixões, foram colocadas em pranchas de madeira, enroladas num tecido e em uma “bela mortalha de múmia”, decoradas com gesso, ouro e um retrato de corpo inteiro.

Segundo a pesquisadora líder do estudo, Stephanie Zesch, do Reiss Engelhorn Museum de Mannheim, na Alemanha, as tomografias computadorizadas revelaram que pelo menos uma múmia foi envolvida na argamassa com os seus órgãos intactos, inclusive o cérebro. Duas delas eram mulheres que foram enterradas com “belos colares”.

Múmias com retratos

Duas dessas múmias fizeram longas jornadas. Em 1615, um compositor italiano chamado Pietro Della Valle, então com 29 anos, fez uma peregrinação à Terra Santa e acabou indo até o Egito. Lá, ficou sabendo que duas múmias acondicionadas em argamassa, um homem e uma mulher, haviam sido descobertas por habitantes da cidade de Saqqara.

Após examinar suas características únicas, o compositor decidiu comprar as duas múmias, e levou-as para Roma onde foram apresentadas como “os primeiros exemplos de múmias com retratos a serem conhecidos na Europa”, segundo o estudo.

O que as tomografias revelaram

Fonte: Zesch S. et al./Divulgação
 Detalhes dos colares revelados pela tomografia (Fonte: Zesch S. et al./Divulgação)

Após passarem pelas mãos de vários proprietários, e já um tanto desgastadas, as múmias foram parar nas coleções de arte do estado de Dresden, na Alemanha, onde foram pela primeira vez radiografadas na década de 1980. No entanto, a tomografia computadorizada revelou muito mais detalhes sobre o seu interior.

O homem morreu entre os 25 ou 30 anos, media 1,64 m de altura, tinha dois dentes permanentes não irrompidos e várias cáries. A mulher morreu entre 30 e 40 anos, tinha 1,51 m e tinha artrite avançada no joelho esquerdo. A adolescente, que usava grampo de cabelo, morreu entre 17 e 19 anos, tinha 1,56 m de altura e tinha um tumor benigno na coluna vertebral. 

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