Ciência
25/11/2020 às 10:00•2 min de leitura
Uma equipe de arqueólogos que estuda as inscrições do Templo de Esna desde 2018 anunciou grandes novidades: a primeira visão das verdadeiras cores das pinturas e hieróglifos do sítio arqueológico desde o período antigo e a revelação de novas informações sobre a cultura egípcia.
O projeto foi conduzido pelo Instituto de Estudos do Antigo Oriente da Universidade de Tübingen, na Alemanha, em parceria com o Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito.
Localizado a oeste do Rio Nilo, cerca de 56 quilômetros ao sul de Luxor, o Templo de Esna é também conhecido como Templo de Khnum, nome do principal deus a quem é dedicado.
Ele é famoso por sua arquitetura incomum para obras deste tipo, seu teto repleto de enigmas, e seus importantes hieróglifos, que são considerados o corpo de texto mais bem preservado e coerente do Egito Antigo conhecido atualmente. Estes escritos descrevem as premissas religiosas da época e dão instruções para eventos a serem realizados no local.
Segundo o egiptólogo Christian Leitz, chefe do estudo, a equipe utilizou um método de limpeza que revelou muito do que estava apagado, e informações até então desconhecidas, como o nome dado pelos egípcios a constelações de estrelas, vieram à tona.
Além disso, agora há mais dados disponíveis para interpretar os enigmas nos hieróglifos. Os arqueólogos também puderam estimar o tempo necessário para que todas estas inscrições (que são bastante elaboradas) fossem produzidas: cerca de 200 anos.
Com a foto acima é possível comparar uma parte das inscrições após a impressionante restauração (à esquerda) e como elas estavam antes (à direita). Pode-se imaginar que as cores primárias usadas eram muito mais vívidas na época em que estas pinturas foram feitas.
O Templo de Esna foi escavado e inicialmente estudado na primeira metade do século passado, mas suas centenas de pinturas coloridas estiveram ocultas até agora, embaixo de camadas de pó, terra e matéria orgânica.