Negacionismo: falta de conhecimento ou resposta instintiva ao medo?

10/02/2021 às 03:003 min de leitura

Pensando com embasamento neurocientífico, mais que psicológico, digo que o negacionismo não é uma atitude meramente ignorante e que existem razões válidas — e por vezes incontornáveis — para o indivíduo reagir dessa forma.

Ser negacionista não é apenas ter falta de conhecimento, inclusive existem pessoas com acesso a dados e informações e que, mesmo assim, quase irracionalmente não conseguem fugir deste padrão.

Negacionismo explicado

Este é um comportamento que se tornou uma referência no momento atual, em meio a uma pandemia. Estudei e analisei este tipo de respostas comportamentais e avaliei o que seria “coincidência” um comportamento se potencializar justamente mediante ao momento. Como não há coincidências e sim, sempre, uma razão para qualquer estatística, a minha pesquisa tem por objetivo comprovar que o que seria coincidência na realidade é uma resposta instintiva ao medo, seja ele consciente ou inconsciente, como mecanismo de defesa.

Por essa razão, refiro vincadamente que julgamentos contra os negacionistas como pessoas sem conhecimento ou interesse nele, que não procuram a informação em fontes confiáveis pode não ser uma realidade em toda a linha.

O aumento do número de negacionistas não se deu apenas com o avanço da internet e sim, num mecanismo de defesa relacionado com a personalidade. A negação pode ser a ansiedade buscando na não aceitação dos fatos, uma reação instintiva de fuga como mecanismo de sobrevivência. Criando assim uma realidade paralela, com traços adoecidos e irreais, apenas para a satisfação de sua necessidade, como justificativa da sua razão.

Instinto inconsciente

Procuro nos meus estudos comprovar a existência de reações instintivas, tornando o negacionismo não um meio de resposta ofensivo, mas relacionado a um instinto inconsciente que pode comprometer a vida do negacionista. É portanto fundamental trazer à razão os que se incomodam com este comportamento, trazendo o entendimento de que é uma reação natural, não julgando e sim buscando métodos de ajuda para o equilíbrio.

Além disso o panorama atual de ansiedade constante altera o sistema límbico e, mesmo as situações de estresse constantes podem afetar a razão e a nossa cognição mediante a realidade.

Nosso cérebro tem percepções por comparação, usa situações análogas de experiências anteriores, para fazer leitura de cenário atual. O medo, seja ele irracional ou real, faz o cérebro reagir da mesma forma.
Nossa mente interpreta o medo como uma ameaça, um perigo iminente, como o ataque de um predador e usa essa mesma leitura e reação diante do risco da perda de emprego, ou do rompimento de uma relação.

Negacionismo é medo

Mediante aos fatores citados acima, o negacionismo então é resultado do medo, que mesmo inconsciente, encontra como mecanismo de defesa a negação como fuga, seja numa tentativa de satisfação pela pendência da dopamina, seja para sair da “atmosfera” negativa, seja pela perda parcial da razão.

Negar adia a tomada de uma nova decisão com quebra de velhos paradigmas. Mantendo assim o sujeito numa aparição cristalizada e inflexível. Mas confortável para ele, por criar a fantasia que justifique “sua razão”. E “ter razão” ou pensar tê-la, faz liberar o hormônio neurotransmissor da satisfação, que é o que se precisa em meio a um ambiente hostil, negativo, sem saída iminente, mesmo que temporário.

Este estudo encontrar-se aprovado pela academia científica e publicado na revista científica Brazilian Journal Research.

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Fabiano de Abreu Rodrigues, colunista do Mega Curioso, é Doutor e Mestre em Psicologia da Saúde pela Université Libre des Sciences de l’Homme de Paris; Doutor e Mestre em Ciências da Saúde na área de Psicologia e Neurociência pela Emil Brunner World University; Mestre em psicanálise pelo Instituto e Faculdade Gaio, Unesco; Pós-Graduação em Neuropsicologia pela Cognos de Portugal; Três Pós-Graduações em neurociência; cognitiva, infantil, inteligência artificial, Pós-Graduação em Psicologia Existencial e Antropologia, todas pela Faveni do Brasil; Especialização em Propriedade Elétrica dos Neurônios em Harvard, Neurociência Geral em Harvard; Especialista em Nutrição Clínica pela TrainingHouse de Portugal; Idealismo Filosófico e Visões do Mundo – Universidade Autônoma de Madrid, Introdução à Filosofia da Passagens Escola de Filosofia, História de La Ética pela Universidad Carlos III de Madrid, MBA em Psicologia Positiva – Autorrealização, Propósito e Sentido de Vida – PUC RS.

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