Mistérios
24/02/2021 às 06:00•2 min de leitura
Arqueólogos da Universidade do Tennessee encontraram em meio à Floresta Nacional Francis Marion, na Carolina do Sul, Estados Unidos, vestígios de uma antiga fábrica clandestina de bebidas que funcionou durante a Lei Seca norte-americana no início da década de 1920. Segundo os investigadores, o local está relacionado com a máfia da época e era administrado por um dos principais associados de Al Capone.
O depósito clandestino foi identificado durante expedições na região conhecida como “Pântano do Buraco do Inferno”, que estava sendo palco de um trabalho de escavações para reformular a enterrada história do condado de Berkeley, distrito que configurou como um dos maiores distribuidores de bebidas nos Estados Unidos durante a primeira metade do século XIX.
Todas as principais evidências apontam para a administração do gangster Benjamin Villeponteaux, um dos principais criminosos associados de Al Capone, que morava estrategicamente próximo da fábrica ilegal. Entre tais vestígios, foi encontrado um barril de metal, uma mangueira de jardim verde, blocos de cimento e vários pedaços de sucata, com a maioria dos itens estando rodeado por blocos de cimento reforçados com lâminas metálicas, ainda durante o processo de escavação.
“Como sítios arqueológicos, alambiques extintos ou quebrados são frequentemente confundidos com lixeiras modernas”, escreveu Katherine Parker, estudante de pós-graduação da Universidade do Tennessee que liderou a expedição. “No entanto, existem várias assinaturas-chave que podem ser usadas para distingui-las.” Afirmou a pesquisadora, comentando também que a descoberta foi “desconsiderada” por arqueólogos, cabendo a ela juntar as peças do quebra-cabeça para conhecer a história por trás da destilaria.
Desde novembro de 2020, Parker e sua equipe vêm explorando os arredores de Berkeley para descobrir mais vestígios sobre a história do condado durante a Lei Seca. Até o momento, sete alambiques foram registrados, e os pesquisadores acreditam que o comércio e fabricação ilegais de bebidas não estavam vinculados apenas aos mafiosos.
Devido à alta tributação de bebidas na Carolina do Norte entre 1920 e 1930 — US$ 4 na época —, o negócio tornou-se cultura na região, unindo operações menores e maiores próximas de rodovias para lucrar e prosperar. Com isso em mente, os arqueólogos pretendem continuar o trabalho na floresta, na tentativa de unir melhor as peças para criar uma linha de base histórica.