Artes/cultura
05/04/2021 às 12:00•2 min de leitura
A construção das pirâmides antigas é um dos maiores mistérios que rodeia a existência humana. Com teorias que falam inclusive sobre a ajuda de alienígenas, pouquíssimas informações sobre a metodologia arquitetônica utilizada em suas construções pode ser encontrada em acervos históricos.
Entretanto, um estudo antigo tem aberto portas para novas possibilidades. Na visão do pesquisador Joseph Davidovits, da Universidade de Penn State, os blocos da pirâmides não eram compostos de calcário natural, mas sim de um geopolímero reconstituído — um tipo de concreto egípcio antigo que seria derramado para a criação dos blocos perfeitos.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Conhecida por ser a mais velha das sete maravilhas do mundo, a Grande Pirâmide de Gizé, localizada no Egito, possui 146 metros de altura e pesa 6 milhões de toneladas. No entanto, a estrutura construída em 2580 a.C. é tão perfeitamente nivelada e quadrada que nem uma folha de papel consegue passar entre os blocos.
Se isso não fosse chocante o suficiente, acredita-se que o projeto inteiro foi feito em menos de 20 anos. Entretanto, Davidovits alega que a teoria tradicional de que os blocos de pedra teriam sido lapidados e posteriormente levantados mecanicamente em camadas é altamente improvável.
De acordo com o pesquisador, apenas a quantidade de madeira necessária para apoiar um sistema de alavancas e carregamento dos blocos causaria um desastre ambiental. Com base na taxa média necessária para mover os 2,3 milhões de blocos usados na Grande Pirâmide, basicamente o Egito inteiro precisaria ter sido desmatado para sustentar o projeto.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Os estudos apontam que o calcário egípcio natural contém cerca de 96-99% de calcita em sua fórmula, mas a proporção do elemento nos blocos das pirâmides é de apenas 85-90%. Além disso, a microestrutura da pedra é semelhante ao vidro, com um grande número de pequenas bolhas de ar não encontradas no calcário natural.
De acordo com a teoria de Davidovits, os blocos não foram extraídos e transportados para Gizé, mas sim fundidos em moldes de madeira usando concreto derramado. Isso explicaria o fato da construção das pirâmides ser extremamente precisa, já que o estado líquido inicial do concreto calcário teria feito os blocos autonivelantes e permitido divisões extremamente finas entre eles.
O estudo publicado no livro The Built the Pyramids (1988), entretanto, é alvo de diversas discussões no campo da egiptologia. Ao que tudo indica, enquanto não provas concretas que corroborem com uma das teorias já existentes ou que ainda irão surgir, a construção das pirâmides do Egito deve permanecer um glorioso mistério a se solucionar.