Artes/cultura
13/04/2021 às 07:00•2 min de leitura
Comemorado anualmente em 8 de abril, o Dia Nacional do Sistema Braille reforça a importância do sistema de escrita tátil que melhora a acessibilidade para pessoas cegas, proporcionando-lhes uma nova oportunidade de ler e aprender.
A data, celebrada desde 2010 em homenagem ao primeiro professor cego brasileiro José Alvares de Azevedo, responsável por trazer o Braille para o Brasil, propõe uma reflexão a respeito dos desafios enfrentados pelas pessoas com deficiência visual, promovendo ações que levem à inclusão deste público.
Nascido cego em 8 de abril de 1834, Azevedo foi estudar no Royal Institute for the Blind, em Paris (França), quando tinha 10 anos de idade. Lá, ele conheceu a técnica que havia sido desenvolvida há pouco tempo. E em seu retorno ao Brasil, aos 16 anos, começou a difundir o novo sistema de códigos criado especialmente para pessoas com pouca ou nenhuma visão.
(Fonte: Freepik)
Por causa da sua contribuição, o professor recebeu o título de “Patrono da Educação para Cegos no Brasil”, sendo lembrado como exemplo para quem trabalha com a alfabetização dos indivíduos cegos.
Criado em 1837, o Braille não é um idioma. Trata-se de um sistema de códigos composto pela combinação de seis pontos em relevo, em posições diferentes, capaz de representar todas as letras do alfabeto, números, pontuações, símbolos aritméticos e sons.
O método, que pode ser adaptado para diferentes línguas, surgiu de um sistema de comunicação sem som elaborado pelo capitão de artilharia do Exército francês Charles Barbier. Combinando 12 pontos para formar letras e números, ele era usado para se comunicar sem chamar a atenção em meio à guerra.
(Fonte: Pixabay)
Visitando o Royal Institute for the Blind em 1821, Barbier apresentou a novidade para facilitar o aprendizado dos cegos, que foi melhorada por um dos alunos da instituição, Louis Braille. Sem visão desde os 3 anos de idade, ele aprimorou o sistema, publicando-o em 1829.
Revisado em 1837, o Sistema Braille foi oficializado durante um congresso internacional, passando a ser adotado de forma padronizada desde então. Hoje, ele é utilizado por cerca de 1,3 bilhão de pessoas em todo o mundo com algum distúrbio de visão, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).