Ciência
13/05/2021 às 14:00•2 min de leitura
As mulheres são mais tolerantes a dor do que os homens, é o que indica a ciência. De acordo com um estudo feito pela McGill University, no Canadá, tudo está ligado a maneira como cada sexo se lembra das agonias vividas no passado. O documento relata que, enquanto as mulheres costumam "apagar" o sofrimento, os homens se lembram de tudo.
Dessa forma, quando o assunto é encarar um mesmo tipo de dor por múltiplas vezes, o sexo masculino é mais "estressado e hipersensitivo" ao incômodo do que o sexo feminino. Em estudos anteriores, pesquisadores apontam diferença hormonal como fator-chave para variação na percepção de dor.
(Fonte: Pixabay)
Para obter os resultados, a McGill University reuniu voluntários para participar de duas fases de um experimento. Na primeira, 41 homens e 38 mulheres foram expostos a dor moderada na forma de calor nos antebraços. Então, cada um deles avaliaram seu sofrimento em uma escala de zero a 100.
Logo após, eles foram submetidos a uma experiência um pouco mais dolorosa. Durante 20 minutos, os candidatos tiveram que realizar exercícios para o braço enquanto portavam uma braçadeira de pressão sanguínea bem inflada presa aos membros — o que pode gerar severo incomodo.
O mesmo experimento foi repetido no dia seguinte. Como prova, os cientistas descobriram que os homens classificaram sua dor como mais alta do que no dia anterior e mais alta do que as mulheres. "Eles estavam antecipando a braçadeira e o estresse dessa antecipação causou maior sensibilidade à dor", relatou o líder do estudo, Jeffrey Mogil.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Se por um lado a memória da dor cumpre importante papel na maneira como vivenciamos o sofrimento no futuro, também existe uma influência hormonal por trás dessa história. No passado, estudos mostraram que o estrogênio pode exacerbar ou diminuir a dor, dependendo de sua concentração e localização.
Segundo a McGill University, a dor pode ser medida entre os sexos dependendo do "caminho" formado pelas micróglias — as células imunológicas do cérebro —, que são ditadas pelos hormônios de cada sexo, como o estrogênio e a testosterona. Porém, isso também é um fator que varia de pessoa para pessoa.
As pessoas podem necessitar de diferentes medicamentos para a dor quando os níveis hormonais variam ao longo da vida. Dessa forma, o sexo de uma pessoa nem sempre se encaixa claramente nas categorias de masculino e feminino: é determinado por um espectro de características, incluindo genética, desenvolvimento anatômico e níveis hormonais, cada um dos quais pode afetar as necessidades de uma pessoa na terapia da dor.