Racismo, genocídio e esterilização: o legado de Winston Churchill

27/10/2021 às 12:002 min de leitura

Até hoje é considerado irônico que Winston Churchill (1874-1965), o ex-primeiro-ministro do Reino Unido, tenha dito que “uma nação que esquece seu passado não tem futuro”, sendo que, aparentemente, os britânicos fazem o mesmo com relação ao que o político fez na história do país — e ainda o celebram como uma espécie de ídolo, sendo que ele não faz jus a nenhum dos valores fundamentais que o país professa prezar.

Churchill, o “maior britânico de todos os tempos”, foi o responsável por conduzir a Fome de 1943 em Bengala, na Índia, durante o período de domínio britânico, que matou mais de 1,5 milhões de pessoas de inanição, malária e outras doenças agravadas pela severa desnutrição. Muitos pesquisadores e historiadores encaram o evento como um genocídio desempenhado pelo político.

Enquanto as pessoas definhavam pelas ruas, o homem exportava deliberadamente enormes quantidades de arroz da Índia, recusando ofertas de ajuda de países, como os Estados Unidos e o Canadá.

Um homem horrível

(Fonte: Pencil Factory/Reprodução)(Fonte: Pencil Factory/Reprodução)

Bem como as atrocidades que Benito Mussolini perpetrou durante o seu reinado na Itália fascista derrubada por um golpe, Churchill não escondeu seu repúdio por tudo aquilo que desprezava em vida. Ele descrevia os indianos como um “povo bestial com uma religião bestial”, por isso defendeu ferrenhamente o uso do que chamou de “gás envenenado” para aterrorizar essas “tribos incivilizadas” da Índia e do Oriente Médio.

O homem não poupou nada e nem ninguém que se levantou contra o domínio britânico, se vangloriando de “apanhar todos com uma lança” ou “abatê-los de uma só vez”, durante a invasão no Afeganistão. 

Como Ministro da Defesa, ele supervisionou o uso de campos de concentração, mutilação, estupro e castração durante a Revolta dos Mau-Mau, em 1952, no Quênia, como parte de um processo de descolonização britânica. A guerra gerou mais de 100 mil mortos africanos e 320 prisioneiros civis rebeldes, dos quais milhares foram torturados e cerca de mil foram executados. Além disso, o político também saqueou os recursos nacionais do Irã e liderou o massacre de manifestantes na Grécia, durante o levante de 1944, em Atenas.

(Fonte: BBC/Reprodução)(Fonte: BBC/Reprodução)

Mas ele não parou por aí. Racista ao extremo, Churchill era tão intolerante e supremacista branco que alegou que esterilizaria à força mais de 100 mil britânicos através do slogan “Mantenha a Inglaterra branca”, temendo o “aparente declínio da raça britânica”. Era por isso também que ele não entendia e se opunha ao fato de que a Irlanda não aceitava ter seu povo denominado.

A influência de Winston Churchill durante seu tempo como um dos principais políticos do Reino Unido é considerada prevalecente, e o seu legado ainda é refletido, por exemplo, em um governo que opta por gastar 205 bilhões de euros na renovação do armamento nuclear enquanto o Serviço Nacional de Saúde reclama com falta de recursos e insumos necessários.

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