Saúde/bem-estar
04/11/2021 às 08:00•3 min de leitura
Todos especulam sobre o fim da vida útil da Terra, que pode ser consumida por explosões solares cada vez mais fortes, ou até mesmo ceder nas mãos de séculos de erosão causada pelo homem.
No entanto, por que ninguém fala sobre a possibilidade de que o Universo deve também acabar algum dia? Ele tem cerca de 13 bilhões de anos e, ainda assim, sempre existiu. Afinal, o tempo (a quarta dimensão) não existia antes do Big Bang, tampouco o espaço, mas isso não significa que algo "veio do nada", tanto filosófica quanto linguisticamente.
Na Época de Planck, o período mais antigo da história do Universo, entre zero e 10 elevado a -43 segundos — durante o qual as três forças fundamentais estavam unificadas e não existiam partículas elementares — o Universo se expandiu em 100 trilhões de trilhões de vezes seu tamanho original. Em 380 mil anos, tudo se esfriou o suficiente para que os primeiros átomos se tornassem coesos e, a partir deles, elementos, estrelas e galáxias inteiras surgiram.
Desde o Big Bang, o Universo continuou a se expandir e, devido à ainda inexplicável energia escura (uma forma hipotética de energia distribuída por todo o espaço), a expansão está se acelerando.
O que acontecerá quando o Universo morrer?
(Fonte: Domestika/Reprodução)
O Grande Congelamento é a teoria mais atual e popular sobre como o Universo terminaria: por pura velhice. Esse fim, no entanto, anula o resto, pois nada poderá existir novamente.
As galáxias e sua luz estarão fora do alcance uma da outra de forma permanente, e as estrelas desaparecerão ou se transformarão em supernovas, criando buracos negros. Esses buracos se consumirão um a um, antes de perder toda sua energia e não deixar absolutamente nada para trás. O universo então ficará tão estendido que duas partículas jamais colidirão novamente, e a totalidade da realidade será consumida na mesmice da luz, sem o calor da entropia máxima.
Os físicos definiram o Grande Congelamento como sendo o futuro mais provável do Universo, porque parece que a quantidade de energia escura no cosmos é uniforme no espaço, ou seja, não há mais e nem menos dela em lugar algum.
(Fonte: Business Insider/Reprodução)
À medida que o espaço se expande, ele gera mais energia escura, alimentando a expansão e a fazendo acelerar. Esta energia constitui 68% de todo o universo, e a matéria chamada "normal" (de prótons, neutros e elétrons), a matéria de tudo na Terra, constitui apenas 4,9% da realidade.
Se mais e mais energia escura fosse gerada conforme o Universo se expande, não apenas as galáxias se afastarão umas das outra ao longo de bilhões de anos, mas as próprias moléculas são dilaceradas. A gravidade e as forças magnéticas não serão suficientes para manter as moléculas complexas juntas neste cenário, e a Grande Ruptura poderia, eventualmente, destruir o próprio espaço.
(Fonte: Dusge/Reprodução)
Se a Grande Ruptura pode fragmentar nossa galáxia, que se transformariam em outros universos, foi proposto na década de 1960 que o Grande Colapso poderia "acertar o relógio", por assim dizer. Ele não criaria universos a partir deste, simplesmente reciclaria tudo no nosso próprio Universo como um ciclo de reencarnação.
A teoria sugere que a quantidade de energia escura gerada pela expansão do Universo começaria a diminuir, e toda matéria e energia entrariam em colapso sobre si mesmas. Planetas e estrelas, ao longo de bilhões de anos, colidiriam um por um, até que tudo se reduzisse a uma partícula de fogo e detonasse novamente em outro Big Bang.
(Fonte: Vision Afar/Reprodução)
Os astrônomos do século XX calcularam que a quantidade total de matéria na galáxia acabaria travando no lugar pela gravidade e, em seguida, faria com que o espaço diminuísse. Mas a hipótese foi derrubada em 1998, pois a densidade do Universo é baixa demais e sua expansão não está desacelerando, mas sim aumentando.
Contudo, a teoria não teria morrido totalmente. A revista Discover citou um artigo de 2002, chamado Um Modelo Cíclico do Universo, em que há a sugestão de que o Grande Colapso pode acontecer desde que assumamos que o tempo existia antes do Big Bang — algo considerado tecnicamente impossível, ainda que não de maneira conceitual.