Ciência
15/11/2021 às 10:00•3 min de leitura
Nos últimos dias, os esforços de autoridades políticas vêm se concentrando nas tratativas contra o aquecimento global na conferência climática COP26, que aconteceu na Escócia, em um empenho internacional para evitar que maiores desastres naturais ocorram nos próximos anos.
Essas conversas, além de reforçar o caráter preocupante das mudanças climáticas, evidenciam a ampla participação humana em cuidar do planeta de forma sustentável e responsável, algo que nos dá esperança sobre um futuro no qual as emissões de poluentes e o descaso com o planeta sejam significativamente reduzidos.
Confira abaixo algumas notícias positivas sobre o combate ao aquecimento global e entenda o que vem sendo feito por pessoas de todo o mundo para evitar problemas de maiores proporções.
As mudanças climáticas, além de impactarem na temperatura global, geram um efeito em cadeia em praticamente todas as biodiversidades, resultando em uma crise destrutiva em que a perda da fauna e da flora na natureza passaram a preocupar comunidades. Felizmente, grupos espalhados por todo o planeta estão se esforçando para proteger as florestas e cuidar do patrimônio natural de suas respectivas regiões.
(Fonte: Swinomish Indian Tribal Community / Reprodução)
Alguns casos de destaque na área são, por exemplo, indígenas que preservam o território florestal mexicano, que por 30 anos vêm controlando a produção comercial de madeira em um sistema de manejo considerado sustentável em que todos ganham: os humanos fazem suas colheitas, e a natureza acumula carbono. "Percebemos que a natureza é uma grande aliada não só para resolver a crise climática, mas também para perseguir os objetivos do desenvolvimento sustentável", disse Vanessa Pérez-Cirera, vice-diretora de Clima Global e Prática de Energia do Fundo Mundial para a Natureza, em entrevista à BBC.
Desde 2016, com a assinatura do Acordo de Paris, que estabeleceu medidas para reduzir as emissões de gases estufa, autoridades e instituições passaram a se comportar de forma vigilante em relação ao aquecimento global. A pauta se tornou discussão de interesse global na agenda de políticos, ampliando o cenário não somente para leis que contribuam para impactos positivos na natureza, mas também na economia, na sociedade e em diversas outras esferas públicas.
(Fonte: ONU / Reprodução)
Com expectativa de determinações legais mais rígidas, empresas já estão se movimentando para alterar processos e operar de forma comprometida com a redução de gases de efeito estufa. Pelo menos 20% das principais empresas envolvidas estão se alinhando em torno de objetivos setoriais específicos para 2030, com pretensões para zerar a presença de poluentes até 2050 por meio de metas "como 60% de geração renovável no setor de energia, e 5% de combustível com emissão zero no setor de transporte marítimo", segundo Pérez-Cirera.
O acesso às informações e a preocupação com a verdade nas tratativas das mudanças climáticas, mesmo com a disseminação de termos relativamente pessimistas — caso não haja o combate adequado —, são ferramentas importantes para a conscientização e para a tomada de medidas eficientes, permitindo o desenvolvimento de novas pesquisas e de tecnologias que contribuam para a causa contra os impactos das mudanças climáticas.
(Fonte: NASA / Reprodução)
Constantemente, a National Aeronautics and Space Administration (NASA) e outras agências espaciais vêm distribuindo relatórios de livre acesso à população comum e especialistas, detectando o clima da Terra, áreas de vulnerabilidade, danos e perdas em desastres ambientais, dando espaço para a construção de modelos probabilísticos "que ajudem os governos a quantificar a possibilidade de perdas no futuro e, portanto, enumerar medidas ou dotações orçamentárias para a prevenção de desastres", disse Pérez-Cirera.
(Fonte: Earth911 / Reprodução)
As energias renováveis tornaram-se bastante acessíveis após a determinação de preços competitivos e hoje são consideradas viáveis, confiáveis e de fácil manejo. Caso sejam fabricadas e aplicadas de forma responsável, é possível reduzir significativamente as emissões de dióxido de carbono, além de armazenar energia sem explorar recursos limitados, como os das marés e de fontes geotérmica.
Com o surgimento de ondas de calor e aumento da frequência de desastres naturais, as populações estão cada vez mais conscientes de sua participação social, tanto nas cobranças de medidas administrativas legais quanto em relação ao comportamento sustentável das comunidades em prol da preservação ambiental.
(Fonte: New York Times / Reprodução)
Ações sociais, manifestações, ONGs e voluntários estimulam o uso responsável de fontes de energia, a redução do consumo de produtos provenientes da natureza, a minimização de combustíveis fósseis e vários outros projetos diários que podem ser aplicados na rotina dos indivíduos. "É muito importante que não caiamos em um sentimento de desesperança, mas sim de empoderamento", esclarece Pérez-Cirera à BBC. "Pensar que como consumidores temos poder, como eleitores temos poder, como indivíduos podemos fazer algo e que algo não é marginal, mas poderoso", ela disse.