Ciência
15/12/2021 às 11:00•2 min de leitura
Entre a última sexta-feira (11) e o sábado (12), tempestades provocaram tornados intensos e destruidores em várias regiões do centro e sul dos Estados Unidos (EUA). Prédios inteiros vieram abaixo, enquanto a contagem dos mortos, que pode ultrapassar 80 vidas, segue sendo feita pelas autoridades locais.
Mayfield, no Kentucky, quase totalmente destruída pelos tornados do último fim de semana. (Fonte: REUTERS/BBC/Reprodução)
Contudo, além da devastação, o que chamou a atenção de especialistas no clima é que em dezembro os Estados Unidos não costumam ser alvo de tornados. Mas, o que pode estar por trás desses eventos anormais?
Por ano, cerca de 1 mil tornados atingem os EUA em uma região que abrange dez estados do meio-oeste do país. Em reconhecimento a isso o lugar até foi batizado de “Beco do Tornado”.
Em 2011, por exemplo, o estado do Alabama sofreu as consequências de um EF-5, a escala mais alta usada para definir a intensidade desses eventos meteorológicos.
(Fonte: Shutterstock)
Uma das principais razões para a ocorrência frequente de tempestades nessa área é o choque entre o ar frio vindo do sul do Canadá com o ar quente e úmido que está indo em direção ao norte a partir do Golfo do México. Esse encontro cria um ambiente perfeito para a instabilidade atmosférica que, por sua vez, pode originar violentas colunas de ar dando início aos tornados.
No entanto, isso costuma acontecer entre maio e junho. E não em dezembro, como é o caso das tempestades que arrasaram parte do país no último fim de semana.
Sobre os tornados fora de época, Deanne Criswell, diretora da Agência Federal de Gestão de Crise dos EUA, disse à imprensa que esse cenário dramático é resultado das mudanças climáticas e que as autoridades do país estão atentas visando medidas para diminuir os impactos das tempestades na população local.
Apesar da gravidade da situação, a comunidade científica olha com cuidado para essa questão, especialmente porque os tornados ainda são um fenômeno pouco conhecido e explicável. No entanto, já se sabe que existe uma forte relação entre a temporada de tornados nos EUA e o El Niño e La Niña — neste último caso as atividades de tornados no país tendem a aumentar.
Assim como acontece com a maioria dos eventos climáticos, até mesmo no caso dos tornados, é possível saber o que esperar. Em boa parte das vezes os alertas chegam horas antes e já temos uma ideia do que está por vir no momento crítico. Em parte, essas informações antecipadas somente são possíveis graças ao trabalho de satélites.
Porém, mesmo com tantos recursos tecnológicos, ainda não conseguimos prever tornados com precisão. Por exemplo, em um minuto pode estar caindo uma chuva forte ou granizo, e no minuto seguinte, uma casa inteira desaparecer em uma coluna de ar.
É por isso que muitas pessoas acabam morrendo mesmo com o aviso de furacões na área onde moram. Em poucos segundos um tornado pode surgir e arrastar tudo o que estiver pela frente.
(Fonte: Shutterstock)
Para finalizar, existem algumas diferenças entre tornados e furacões, apesar de muita gente usar tais termos como sinônimos. Basicamente, os furacões são extensos demais para serem notados a olho a nu, por isso, a maioria das imagens é feita por satélites. Eles também se formam nos oceanos. Já os tornados, são facilmente percebidos quando a coluna de ar toca o solo e, geralmente, se formam na terra.