Artes/cultura
31/12/2021 às 06:30•2 min de leitura
Você faz ideia do que significa déjà-vu? Não, não estamos falando da música da cantora Olivia Rodrigo, e sim da sensação de ter vivenciado uma coisa repetidas vezes. Trazido para a língua portuguesa, o termo tem origem na língua francesa e significa, literalmente, algo já visto.
Por exemplo, quando estamos conversando com um amigo e sentimos já ter tido aquela conversa antes, dizemos que estamos tendo um déjà-vu. Por mais que essa seja uma sensação relativamente comum, ainda não existem muitas explicações científicas sobre o tema. Então, vejamos o que sabemos até agora.
(Fonte: Shutterstock)
Um dos motivos de o déjà-vu ser algo tão difícil de estudar é por ser um acontecimento extremamente rápido e complicado de prever. Portanto, se você fosse até um neurologista para analisar a sensação, provavelmente nunca conseguiria os estímulos necessários para induzir essa mistura de emoções.
Mesmo assim, existem algumas teorias complexas criadas por pesquisadores para tentar entender o que acontece dentro de nossa cabeça quando vivenciamos um déjà-vu.
(Fonte: Shutterstock)
Cientistas que creem nessa teoria acreditam na suposição de que o cérebro segue dois passos ao analisar uma cena familiar: procurar em todas as memórias elementos semelhantes e avisar o corpo que algo repetido está acontecendo.
Porém, como a criação de memórias dos seres humanos é de certa forma falha, erros podem acontecer durante a fase de identificação e o corpo pode ser alertado de que estamos em uma situação já vivida antes, mas ser mentira.
Em outras teorias, pesquisadores acreditam que a origem do déjà-vu é justamente uma grande falha coletiva da memória humana. Nesse caso, o cérebro atropelaria as memórias de curto prazo, fazendo que determinado momento fosse diretamente transferido para as memórias de longo prazo.
Ou seja, o órgão central passaria a acreditar que uma memória que ainda está sendo formada existe há muito tempo e assim criaria o sentimento de que aquela situação já foi vista antes.
Em um cérebro funcional, toda informação é separada e analisada pelo lobo temporal do hemisfério esquerdo e então transferida para o hemisfério direito, por fim retornando para o hemisfério esquerdo. Portanto, todos os dados que recebemos passam duas vezes pelo mesmo lugar do cérebro.
Como a segunda passagem demora mais para acontecer, é possível que o cérebro tenha maior dificuldade de processar a informação, achando que ela é uma memória do passado.
Outra teoria interessante é que o déjà-vu seria causado por uma memória que não é nossa. Em geral, o cérebro absorve informações de todas as fontes: livros, filmes, novelas, conversas com terceiros e por aí vai. Então, seria possível que a sensação de ver algo repetidamente estivesse relacionada a uma memória de algo que não aconteceu na vida real ou na própria vida.
(Fonte: Shutterstock)
De maneira resumida, ter um déjà-vu não deveria ser motivo de preocupação nem necessariamente significa que o cérebro esteja se deteriorando. Entretanto, existem casos em que esse fenômeno pode estar atrelado a epilepsia e demência.
Portanto, se você tiver percebido perda de memória constante ou sinais de alucinação, tremedeiras, movimentos involuntários repetitivos e perda de controle muscular, o mais adequado é buscar auxílio médico para analisar profundamente a situação.