Saúde/bem-estar
12/02/2022 às 11:00•3 min de leitura
Um dos grandes mistérios da humanidade, sem dúvida, é o amor. Ninguém consegue explicar bem o que ele é, e nem o que leva uma pessoa a se atrair e se apaixonar por outra. Isto não quer dizer que não haja vários pesquisadores estudando o tema.
E o campo de estudo tem até nome: chama-se psicologia do relacionamento. Basicamente, o que essa área tenta entender é como e porque as pessoas tomam suas decisões no campo amoroso. Listamos aqui algumas descobertas já feitas por estes estudiosos e por outros cientistas.
(Fonte: Pexels)
Muitos pesquisadores concordam que uma das questões mais importantes nos relacionamentos amorosos pode parecer bastante trivial: saber o que quer. As preferências declaradas das pessoas — ou seja, o que elas dizem desejar numa relação ou num parceiro — nem sempre coincidem com o que elas realmente querem.
Vários experimentos já foram feitos para obter uma resposta e constataram: nem sempre a auto declaração sobre o que se quer tem a ver com o que se deseja. Paul Eastwick, psicólogo da Universidade California Davis, diz que as pessoas costumam escolher seus parceiros de acordo com as suposições do que gostam. “Podemos pensar: eu realmente me encaixo com pessoas interessadas em anime ou em culinária vegetariana. A questão é que realmente não há evidências de que um fator importe quando pensamos em como as pessoas combinam ou não”, explica.
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Tente lembrar das sensações que você teve na última vez que se sentiu apaixonado por alguém. Você pode ter gaguejado, suado, ou simplesmente sentido o coração bater mais rápido.
Mas diferente do que pensamos durante séculos, o amor não é algo que vem do coração, e sim do cérebro. São processos químicos desencadeados, sobretudo, por hormônios liberados no momento que nos deparamos com aqueles que nos atraem.
De acordo com um estudo liderado pela professora Helen Fisher, da Universidade Rutgers, o amor romântico pode ser dividido em três categorias: a luxúria, a atração e o apego. Cada uma dessas categorias está relacionada a hormônios diferentes. A luxúria (que se sustenta pela gratificação sexual) é causada pela liberação de testosterona e estrogênio nos testículos e ovários; a atração (baseada mais numa sensação de “recompensa”) libera dopamina, norepinefrina e serotonina; já o apego (fator predominante em relacionamentos a longo prazo) tem a ver com a liberação de ocitocina e vasopressina.
(Fonte: EOH)
A expressão “ficar com o coração perdido”, que costumamos usar quando falamos de decepções amorosas, é real. A Síndrome do Coração Partido já foi diagnosticada como um problema raro de saúde, com sintomas semelhantes aos de um infarto. Ela pode surgir em casos de grande estresse emocional, como um divórcio.
A síndrome acomete principalmente mulheres, e embora seja considerada uma doença com origem psicológica, pode causar danos reais ao coração. Isto porque os ventrículos não contraem corretamente, simulando um infarto no miocárdio. Os estudiosos ainda não têm a solução para esse problema, mas sugerem à pessoa que sofre que capriche nos exercícios físicos e nas atividades sociais.
(Fonte: Com Ciência)
Alguns neurocientistas que se debruçaram sobre este tema já provaram que a sensação de estar apaixonado se assemelha a uma demência temporária. Pesquisadores da Universidade College London constataram, por meio da análise de imagens cerebrais, que o córtex frontal do cérebro “desliga” quando as pessoas estão apaixonadas.
“Quando você olha para alguém que ama, algumas áreas do cérebro se tornam ativas. Mas uma grande parte é desativada, como a que desempenha um papel importante no julgamento”, explica o professor Semir Zeki. Além disso, quando apaixonados, temos mais dificuldades de concentração e para realizar tarefas que precisam de muita atenção.
(Fonte: Shutterstock)
Uma das grandes questões que acomete os pesquisadores (além do resto da humanidade) é tentar desvendar por que, de fato, os casais se formam. Nós “descobrimos” o amor (achamos a nossa alma gêmea) ou “construímos” o amor a partir de pessoas que têm a ver conosco?
Os especialistas na psicologia do relacionamento concordam que é muito difícil prever ou explicar como a química entre duas pessoas acontece. A jornalista Hannah Orenstein, que escreve sobre o tema e já trabalhou como “casamenteira”, opina: “tem um grande elemento de sorte e azar. Eu acho que se você observar duas pessoas em um encontro, não há como prever o sucesso a longo prazo. Mas se observar durante seis meses, dá para prever padrões”.
O que não quer dizer que o amor não siga sendo um eterno mistério — e talvez seja possível que quase todas as pessoas gostam da sensação de estar amando alguém.