Ciência
08/04/2022 às 08:00•2 min de leitura
Dois cadernos do renomado naturalista britânico Charles Darwin, que desapareceram da biblioteca da Universidade de Cambridge há 22 anos, finalmente, reapareceram. Considerados roubados e avaliados em milhões de libras, os exemplares foram encontrados em um embrulho de presentes na biblioteca com um cartão desejando uma feliz Páscoa.
Até o momento não há informações sobre quem deixou o pacote no lugar.
Charles Darwin começou a escrever notas, diagramas e desenhos nesses livretos em 1837, pouco após retornar de sua famosa viagem a bordo do HMS Beagle.
Trecho de um dos cadernos perdidos de Darwin com esboço sobre a árvore da vida. (Fonte: Stuart Roberts/ University of Cambridge Libraries/ Reprodução)
De acordo com Jim Secord, presidente do Darwin Correspondence Project, uma das teorias mais importantes nas ciências naturais é a teoria da evolução por seleção natural, desenvolvida por Darwin, sendo que as anotações e o processo de elaboração dessa teoria estavam justamente nos cadernos perdidos.
Em setembro de 2000, alguns exemplares dos cadernos de Charles Darwin foram retirados das Salas Fortes das Coleções Especiais da biblioteca para serem fotografados. Porém, em 2001, os bibliotecários de Cambridge notaram que os cadernos de valor inestimável haviam desaparecidos.
Em um primeiro momento, a equipe da biblioteca até pensou que eles pudessem ter se extraviado. O problema é que após duas décadas de procura, não foram encontrados.
Equipe da biblioteca analisando os cadernos recém devolvidos. (Fonte: University of Cambridge Libraries/ Reprodução)
Em 2020, foi feita uma nova e exaustiva busca por todo o acervo de Darwin. Mas foi tudo inútil.
Após isso, a Biblioteca da Universidade de Cambridge lançou um pedido público fazendo um apelo à população para que os cadernos fossem devolvidos. Novamente, nenhuma pista surgiu.
Agora, para comemorar o retorno inusitado e misterioso dos cadernos à coleção de Charles Darwin em Cambridge, ambos serão apresentados em uma exposição pública gratuita.
Aliás, eles já foram submetidos a rigorosas análises que confirmaram a autenticidade dos escritos. Além disso, segundo os responsáveis pela biblioteca, estão em ótimo estado.
Desde o desaparecimento dos manuscritos de Darwin, há 22 anos, a Universidade de Cambridge investiu em uma série de melhorias relacionadas a segurança, como novas salas fortes, monitoramento por câmera e salas de leitura especializadas.
Segundo a direção da biblioteca, atualmente é praticamente impossível que algum item saia do lugar sem ser rastreado.